Avanço das facções criminosas na Amazônia Legal é impulsionado por alteração na rota do tráfico após morte de narcotraficante.





Um dos motivos do avanço dessas facções para a Amazônia Legal foi a alteração da rota do tráfico após a morte do narcotraficante Jorge Rafaat, assassinado a tiros no Paraguai em junho de 2016. “Esse avanço está relacionado à presença de locais estratégicos ligados à rota do tráfico da tríplice fronteira para o Brasil”, diz Aiala Couto, um dos responsáveis pelo estudo.

O acordo de paz com as Farcs [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia], a crise econômica na Venezuela e a morte do Rafaat são três eventos considerados marcos para alterar a dinâmica do crime organizado no Brasil.

Rodrigo Chagas, membro do FBSP e professor na UFRR


PCC e CV não atuam nos estados da Amazônia Legal da mesma forma como atuavam nos estados em que nasceram — São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. As facções passaram a ampliar o repertório criminoso para a exploração ilegal da madeira, ouro e grilagem de terra.


O relatório aponta que a taxa de pessoas privadas de liberdade na Amazônia Legal cresceu 67,3% em dez anos, enquanto a média nacional foi de 43,3% de aumento. A passagem de pessoas ligadas às facções pelo sistema prisional dos estados foi determinante para a ampliação da atividade desses grupos.

O PCC e o CV da Amazônia têm outra dinâmica de criminalidade, com mais violência e aposta no enfrentamento para disputar território. Essas facções também têm estrutura de milícia, com controle de mercado, cobrança de taxa a comerciantes e exploração de moradores em conjuntos habitacionais.

Aiala Couto, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e diretor do Instituto Mãe Crioula

Impacto sobre outros crimes


A presença das facções criminosas na Amazônia Legal impacta em outras dinâmicas criminais. “O PCC domina outras modalidades do crime na região, como o garimpo, e são nesses espaços que a disputa ocorre”, afirma Lima, diretor-presidente do fórum.


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