A atuação favorável de Aras em relação a políticos e integrantes do Judiciário pode ser observada em vários processos que tramitaram no STF e no STJ. Alguns desses processos foram assinados pelo próprio Aras, enquanto outros foram assinados pela subprocuradora Lindôra Araújo, braço direito do ex-PGR em casos criminais.
Um caso emblemático envolve a delação do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Aras e Toffoli conseguiram arquivar os inquéritos baseados nessa delação, mesmo após uma ordem do ministro Edson Fachin para que as investigações fossem iniciadas. Mais tarde, novos depoimentos de Cabral citaram Toffoli em supostas tramas de venda de sentença do TSE.
Além de Toffoli, outros políticos também se beneficiaram da atuação de Aras. O presidente da Câmara, Arthur Lira, foi “desdenunciado” pela PGR em um caso de suposto pagamento feito ao parlamentar. Após ter oferecido a denúncia, a PGR recuou e pediu o arquivamento do caso. A PGR também mudou de posição em relação a um ex-assessor de Lira, que tinha sido flagrado com dinheiro vivo no aeroporto de Congonhas. Em 2023, a PGR pediu ao Supremo que rejeitasse a denúncia apresentada anteriormente.
Ciro Nogueira, presidente do PP, também se beneficiou da atuação de Aras. A PGR pediu o arquivamento do inquérito que investigava a suspeita de propina recebida por Nogueira do grupo JBS. Segundo os investigadores, ele teria cometido os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No entanto, a PGR afirmou que a apuração não tinha suporte probatório suficiente para oferecer denúncia contra o parlamentar.
Esses são apenas alguns exemplos da atuação de Aras em favor de políticos e membros do Judiciário. Suas decisões têm gerado polêmica e questionamentos sobre sua imparcialidade. Resta agora investigar e analisar as repercussões dessas ações no cenário político brasileiro.