Durante o evento, que marcou o encerramento do congresso nacional do MBL, foi apresentada a bandeira da futura sigla, que apresenta as cores amarelo, preto e branco, além de um desenho de uma onça-pintada. Os participantes foram convidados a contribuir com o trabalho, visando alcançar a meta estabelecida.
Renan Santos, coordenador nacional do MBL, definiu a criação do partido como uma das empreitadas mais difíceis em nove anos de atividades. Ele afirmou que, mesmo que adversários critiquem e duvidem do objetivo, estarão errados, assim como aconteceu anteriormente quando menosprezaram o grupo. Santos destacou a diferença entre partidos e legendas no Brasil, ressaltando que o MBL busca ser um partido verdadeiro, como o PT.
O MBL não se sente representado pelas siglas existentes no país e ironizou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que atualmente abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Santos, o movimento não irá construir nada com os partidos já existentes, pois não se identificam com eles.
A criação do partido próprio vem sendo planejada nos últimos anos. Desde 2016, o MBL tem alocado seus candidatos em diferentes legendas, como União Brasil, Patriota e Novo. Agora, o movimento planeja iniciar a coleta das assinaturas necessárias para oficializar o pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São necessários 492 mil apoios, distribuídos por ao menos nove estados, para que o partido seja registrado.
O líder do MBL, Arthur do Val, afirmou que “o sistema não quer” a fundação de um partido ligado ao movimento. Ele ressaltou a importância da criação do partido para abrigar os ideais da direita no Brasil. Do Val também destacou a expectativa de candidaturas nas eleições de 2026, incluindo a Presidência da República.
Durante o congresso, também foram anunciados planos de ampliação do Clube MBL e da Academia MBL, que são núcleos de formação de militantes e oferecem cursos. O objetivo é impulsionar uma lista de 50 influenciadores espalhados por diferentes regiões até 2024, descentralizando o trabalho além de São Paulo.
O anúncio da criação do partido foi um dos momentos mais aguardados do evento, que contou com a presença de membros de várias partes do país. O MBL, fundado em 2014, teve papel importante nos protestos em defesa do liberalismo e pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Desde então, o movimento vem se consolidando na política institucional, com membros eleitos com o apoio do grupo.