O ministro Alexandre de Moraes determinou a proibição da comunicação entre Mauro Cid e Michelle e Jair Bolsonaro.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tomou uma decisão importante no âmbito do inquérito das milícias digitais. Ele proibiu a comunicação entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e seu antigo chefe, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, a proibição também se estende a outros investigados, como Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, e Gabriela Cid, esposa de Mauro.

De acordo com Moraes, essa medida é fundamental para que a Justiça possa continuar a investigação dos fatos. Em sua decisão, ele afirma que a incomunicabilidade entre os investigados é necessária para a conveniência da instrução criminal, pois há diversos fatos que dependem do término das investigações e da análise do material apreendido, bem como dos depoimentos dos agentes envolvidos.

Essa determinação foi tomada após a Polícia Federal encontrar novas evidências de crimes durante a análise do celular de Mauro Cid. Essas evidências revelaram novos fatos e agentes que estariam envolvidos em diferentes frentes investigadas no âmbito do inquérito das milícias digitais.

Vale ressaltar que Mauro Cid foi preso no início de maio, suspeito de participar de uma fraude para inserir dados falsos de vacinação da Covid-19 no sistema do Ministério Saúde. Essa investigação envolve Jair Bolsonaro, que supostamente teve seu cartão de vacinação forjado antes de viajar aos Estados Unidos.

No entanto, a situação de Cid se complicou ainda mais após a prisão. Com a investigação, descobriu-se indícios de sua participação em diferentes frentes investigadas no âmbito do inquérito das milícias digitais. Sua impressão digital foi encontrada em tentativas de um suposto golpe de Estado e no desvio de joias e outros presentes recebidos pelo ex-presidente ou por seus representantes em viagens ao exterior.

Nesta sexta-feira, 25, Mauro Cid foi ouvido pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que investiga as ações do hacker Walter Delgatti Neto, suspeito de invadir sistemas da Justiça a mando da deputada Carla Zambelli, com o envolvimento do ex-presidente Bolsonaro. Ele voltará a prestar depoimento na próxima segunda-feira, dia 28.

Além disso, a investigação também revelou indícios da participação de militares da ativa na tentativa de golpe contra o Estado brasileiro após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Segundo a Polícia Federal, foram encontradas mensagens nos celulares de Mauro Cid e Gabriela Cid, sua esposa, em que interlocutores, incluindo militares, incentivam a continuidade das manifestações antidemocráticas e a execução de um golpe de Estado após as eleições, inclusive com financiamento de atos ilícitos.

A atuação da chamada “milícia digital” foi crucial para disseminar a ideia falsa de que as eleições presidenciais de 2022 foram fraudadas, estimulando seus seguidores a resistirem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, com o objetivo de criar um ambiente favorável para uma intervenção federal comandada pelas forças militares. Essa atuação dos investigados foi um dos elementos que contribuiu para os atos criminosos ocorridos em janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Com base nas descobertas da Polícia Federal, o STF está tomando medidas para aprofundar as investigações e garantir que a justiça seja feita.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo