No entanto, o fornecimento da infraestrutura de rede tem um preço, e os usuários pagam em dobro: com seus dados e com sua atenção.
A atenção é um bem escasso. Os anunciantes ficam felizes em gastar dinheiro com isso. Especialmente quando as mensagens podem ser direcionadas especificamente a clientes em potencial graças a perfis repletos de informações precisas sobre seus donos. É por isso que os operadores de plataforma coletam o máximo possível de dados de seus usuários, com cada curtida fornecendo outro ponto de dados. E com o conhecimento detalhado dos interesses, gostos e desgostos dos usuários, suas linhas do tempo são inundadas com conteúdo que os mantém na plataforma pelo maior tempo possível.
Durante muito tempo, o impacto desse conteúdo sobre os indivíduos e a sociedade não foi levado em consideração pelos operadores da plataforma. A crescente polarização da sociedade, a brutalização cada vez maior das discussões políticas, a disseminação das mais loucas teorias da conspiração – tudo isso está associado ao Facebook e seus parceiros.
Com seu poder de comunicação, as redes sociais também podem ser usadas indevidamente para fins políticos. Em 2016, foram feitas alegações de que a Rússia havia usado o Facebook para influenciar o resultado da eleição presidencial dos EUA. Dois anos depois, o Facebook se envolveu no escândalo da Cambridge Analytica: em grande parte sem o conhecimento de seus usuários, a empresa analisou dados de cerca de 50 milhões de perfis do Facebook, com o objetivo de influenciar o comportamento dos eleitores com mensagens altamente personalizadas. Os grupos Stop the Steal no Facebook também desempenharam um papel nas eleições de 2020 nos EUA e na lenda espalhada por Donald Trump de que a eleição teria sido fraudada.
Superano eleitoral de 2024
Em 2024 teremos um superano eleitoral. Cidadãos de países onde vive mais da metade da população mundial irão às urnas: na Índia e na Indonésia, no Paquistão e na Rússia, na União Europeia (UE) e nos EUA.