Presidente Lula confronta presidente da Petrobras em reunião tensa no Palácio do Planalto para discutir pagamento de dividendos bilionários.




Presidente Lula e presidente da Petrobras se reúnem para discutir distribuição de dividendos

Presidente Lula e presidente da Petrobras se reúnem para discutir distribuição de dividendos

No Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (11), o presidente Lula aguarda o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para uma reunião que promete ser tensa. Prates terá que explicar a quebra de expectativas dos investidores em relação ao pagamento de dividendos extraordinários, que foi rejeitado por membros do governo no conselho da Petrobras.

A falta de pagamento dos dividendos extraordinários, juntamente com as críticas sobre uma possível intervenção governamental na gestão da empresa, resultou em uma queda de R$ 30 bilhões no valor das ações da companhia na última semana.

A reunião entre Prates e Lula não será fácil. Assessores do presidente afirmam que, em encontros reservados com investidores em Nova York, no final de janeiro, Prates e o diretor financeiro Sergio Caetano teriam prometido a distribuição extraordinária de dividendos, o que gerou expectativas no mercado.

Apesar disso, pessoas presentes nessas reuniões em Nova York, sob condição de anonimato, afirmam que não houve promessas concretas. A Petrobras apenas defendeu o pagamento integral dos dividendos extraordinários, já que, pelas regras de mercado, esse dinheiro não poderia ser utilizado para despesas ou investimentos.

O plano de investimento da Petrobras para os próximos anos sofreu um corte de US$ 7 bilhões, visando evitar que o endividamento da companhia ultrapassasse o limite de US$ 65 bilhões. No entanto, a diretoria executiva propôs a distribuição de dividendos extraordinários, ignorando as preocupações com a capacidade de financiamento da empresa.

Em 2023, a Petrobras desembolsou mais de R$ 98 bilhões em dividendos, um valor consideravelmente inferior ao ano anterior, que chegou a ultrapassar R$ 194 bilhões. Com a decisão do conselho, os dividendos totais devem chegar a cerca de R$ 72,4 bilhões neste ano.

Fontes da Petrobras informam que a proposta apresentada pela diretoria executiva ao conselho era criar uma “conta” para abastecer parte dos dividendos extraordinários, possibilitando o adiamento do pagamento para o futuro. A outra metade seria distribuída, inclusive para o governo, que detém 37% de participação na empresa.

Essa seria uma forma de ajustar os dividendos pagos pela Petrobras aos padrões das outras petroleiras estrangeiras. Dessa forma, a empresa poderia atender às expectativas do mercado e do governo, sem se tornar uma das maiores pagadoras de dividendos.

Com Diego Felix


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