O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está enfrentando dificuldades para conquistar o apoio do eleitorado evangélico em seu mandato, que já completa um ano e quatro meses. Diante disso, o líder petista iniciou uma jornada por diversos Estados a fim de tentar reconquistar o segmento que se afastou desde o crescimento do bolsonarismo. O esforço do presidente foi destacado em seu discurso realizado em Pernambuco, na última quinta-feira, 4, mantendo assim a estratégia política que caracteriza sua atuação – alimentando a polarização que marcou a última campanha eleitoral.
Além de ajustar seu discurso, o governo anunciou o lançamento da campanha publicitária “Fé no Brasil”, que irá destacar os programas sociais em vigor. Durante a inauguração de uma obra relacionada à transposição do rio São Francisco, no município de Arcoverde (PE), Lula mencionou a palavra ‘Deus’ 11 vezes, ‘milagre’ 16 vezes e ‘fé’ em cinco ocasiões. O presidente chegou a se referir às obras de seu governo no Estado como “milagres da fé”, logo após criticar aqueles que “usam o nome de Deus em vão”.
Em seu pronunciamento, Lula destacou a importância de se acreditar em Deus e em milagres, fazendo menção às realizações de seu governo, como a transposição do rio São Francisco. Essa abordagem é uma reação ao apoio que líderes religiosos, em especial evangélicos, têm oferecido a Jair Bolsonaro. Vale ressaltar que o presidente Lula é católico e frequentemente invoca a figura divina em seus discursos.
Com o intuito de reforçar laços com os evangélicos, o governo lançou uma nova campanha publicitária que evidencia as conquistas da gestão e busca estabelecer uma conexão com esse segmento. A estratégia inclui a regionalização da campanha e visa também a divulgação dos programas de governo de todas as pastas, não se restringindo apenas às áreas específicas dos ministros.
O deputado Zeca Dirceu destacou a importância de uma reunião entre Lula e as lideranças evangélicas, enxergando a iniciativa como positiva tanto para o presidente quanto para os evangélicos e para o avanço do país. Já o pastor presbiteriano Luis Alberto Sabanay ressaltou a necessidade de ajustes na comunicação do governo para alcançar de forma mais direta os evangélicos.
Recentemente, uma pesquisa do DataFolha revelou que a reprovação de Lula entre os evangélicos aumentou de 38% para 43%, enquanto sua aprovação caiu de 26% para 25%. Diante desse cenário, o governo está buscando estratégias para reconquistar a confiança desse importante segmento da população.
