Romano de Sant’Anna, renomado ensaísta brasileiro, tem sido figura proeminente no debate intelectual ao longo das décadas. Seus textos provocativos e perspicazes têm desafiado e criticado as teorias literárias existentes, especialmente aquelas relacionadas aos concretistas e ao renomado crítico literário Antonio Candido.
Em seu segundo texto, intitulado “O sequestro de Mário de Andrade por Mallarmé Campos”, Sant’Anna direciona sua crítica à tese de Haroldo de Campos, intitulada “Morfologia de Macunaíma”. Ele argumenta que Haroldo só consegue interpretar a obra de Mário de Andrade de maneira distorcida, enxergando influências anacrônicas e utilizando o método do espelho para ler a obra. Sant’Anna questiona a capacidade de Haroldo de ler a obra de forma imparcial e contemporânea, o que acrescenta uma nova camada de reflexão ao debate concretista.
Além disso, “Curtição: O Cortiço do mestre Candido e o meu” é outro texto emblemático de Sant’Anna, onde ele protagoniza uma tréplica que se opõe à análise estruturalista de Antonio Candido sobre a obra O Cortiço. Sant’Anna defende sua análise, que associa elementos do romance de forma diferente da perspectiva estruturalista de Candido. Essa troca intelectual entre os dois ensaístas é uma demonstração do intenso debate teórico que permeia o campo da literatura brasileira.
A obra de Sant’Anna também inclui ensaios sobre outros escritores brasileiros ilustres, como Jorge Amado. Nesses ensaios, Sant’Anna aborda obras de Amado, como A morte, Quincas Berro d’Água e Dona Flor e seus dois maridos, incorporando conceitos teóricos do pensador russo Mikhail Bakhtin para discutir o conceito de carnavalização na literatura, proporcionando uma nova perspectiva sobre a obra do renomado autor.
Portanto, a obra de Romano de Sant’Anna não apenas critica e desafia teorias consagradas, mas também contribui para o enriquecimento do debate teórico e crítico no campo da literatura brasileira, deixando um legado duradouro e impactante.
