Suspeitos de matar Marielle Franco se conheceram em ponto de encontro de criadores de pássaros na zona oeste do Rio de Janeiro.



Investigação revela detalhes sobre suspeitos da morte de Marielle Franco

No início dos anos 2000, na zona oeste do Rio de Janeiro, um grupo de suspeitos de planejar e executar a morte da vereadora Marielle Franco se conheceu em um ponto de encontro de criadores de pássaros. Essa revelação foi feita pelo ex-PM Ronnie Lessa, apontado como executor do crime, em depoimento que faz parte de um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal.

Lessa relatou que o PM Edmilson de Oliveira, conhecido como Macalé, falecido em 2021, foi o pivô do contato com o deputado federal Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ. Segundo Lessa, Macalé o convidou para visitar a casa de Jorge Santhiago Santos Geraldo, onde costumavam se reunir para beber e jogar sinuca. O local ficava em frente a um haras da família Brazão.

De acordo com o ex-PM, ele frequentava o local mais interessado na cerveja e na sinuca do que nos pássaros, que eram o foco de Macalé e Chiquinho. Lessa afirmou: “Nesse ambiente eu conheci os Brazão, os irmãos”. A PF localizou a esposa de Santhiago, que confirmou a presença de Lessa naquele período.

O relatório da investigação também destaca o interesse de Chiquinho pelos pássaros, que era evidenciado pelas postagens em redes sociais. Além disso, a morte de Macalé, enquanto guardava gaiolas de pássaros em seu veículo, foi vista como uma possível prova de corroboração do envolvimento dos suspeitos no crime.

O ex-PM explicou que foi procurado pelos irmãos Brazão para executar o crime devido à relação de amizade e intermediação de Macalé. Segundo Lessa, os encontros com os Brazão se intensificaram no segundo semestre de 2017, quando discutiram o plano para matar Marielle.

Preso em março de 2019 pela acusação do assassinato da vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, Lessa decidiu colaborar com as autoridades no início deste ano, apontando os irmãos Brazão como os mandantes do crime. Os suspeitos negam qualquer envolvimento na morte de Marielle Franco.


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