Tese inicial de que Marco Antonio Heredia Viveros é uma vítima do crime é questionada em processo que inclui 1,7 mil páginas.

A investigação sobre o caso de Marco Antonio Heredia Viveros, que resultou na paraplegia de sua esposa, Maria da Penha, remonta ao ano de 1983 e é caracterizada por uma sucessão de depoimentos, perícias e reviravoltas que levaram à condenação do autor do crime, contrariando a versão inicial apresentada por ele. Os autos do processo revelam um extenso conjunto de documentos, totalizando 1,7 mil páginas, que contemplam desde o inquérito policial, laudos periciais, depoimentos de testemunhas, até a denúncia do Ministério Público e todo o desenrolar do processo.

Um dos pontos cruciais destacados nos autos é o relato do crime, que ocorreu na residência do casal, onde Maria da Penha foi baleada nas costas enquanto dormia, deixando-a paraplégica, e Viveros foi atingido no ombro direito. No momento do ocorrido, além do casal, estavam presentes as três filhas pequenas do casal e duas empregadas domésticas em um quarto separado. A versão inicial de Viveros, que alegava ter sido vítima de um assalto seguido de agressão, era a mesma sustentada pela Polícia Civil do Ceará. No entanto, os depoimentos das testemunhas e o desenrolar das investigações acabaram por revelar uma outra perspectiva da situação.

A representação que viralizou nas redes sociais, defendendo Viveros como vítima e questionando a veracidade da Lei Maria da Penha, omite os desdobramentos que resultaram na condenação do acusado. Após o início das audiências e a coleta de depoimentos das testemunhas, a versão inicial de Viveros perdeu credibilidade e ele passou de vítima a principal suspeito do crime. Diante disso, a narrativa das redes sociais não reflete a complexidade e as reviravoltas que caracterizam o processo legal.

Todas essas informações demonstram a importância do acesso aos autos do processo para compreender a verdadeira dinâmica do caso e evitar a propagação de informações distorcidas nas redes sociais. A condução das investigações e o desfecho do caso evidenciam a importância do devido processo legal e do amplo contraditório para se chegar à conclusão correta diante de situações tão delicadas quanto a violência doméstica.

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