Tragédia causada por fake news leva à morte de Jéssica Canedo: Desafios e responsabilidades das páginas de fofoca nas redes sociais.







Tragédia envolvendo Jéssica Canedo

No apagar das luzes de 2023, uma tragédia causa revolta. A jovem Jéssica Vitoria Dias Canedo, de 22 anos, foi envolvida por uma mentira difundida pela página de fofoca Choquei e outras similares. A mentira consistia em uma inventada troca de mensagens entre a jovem e o comediante Whindersson Nunes, ao passo que o título destacava que ela seria seu novo “affair”.

Uma avalanche caiu sobre a vida de Jéssica. Milhões de pessoas seguem essas páginas, e a jovem sofreu com comentários sobre sua aparência, sua origem social e o inexistente relacionamento.

Numa tentativa angustiante em barrar essa manada, apelos da jovem e de sua mãe para interromper a difamação foram recebidos com ironia pelo dono da Choquei e milhares de seus apoiadores. Ao final, Jéssica, que vinha de uma longa batalha contra a depressão, tirou sua própria vida.

No contexto desta situação desoladora, é importante prestar solidariedade à família da jovem e a sua mãe Inês Oliveira, que se viu impotente para intervir contra o absurdo que estavam fazendo contra sua filha, que nem sequer tinha conta em rede social antes da mentira.

Somo nossas preces às de sua família para que Jéssica faça a passagem com luz e doçura que não encontrou no fim da vida. Que os responsáveis por essa infâmia que contribuiu para sua morte respondam, e o sistema que funcionou para que isso acontecesse seja desmontado.

O fato despertou a atenção de diversos jornalistas e colunistas. Tony Goes questionou as atividades da Choquei, que negou responsabilidade sobre o ocorrido. Goes destaca a importância das páginas de entretenimento se adequarem a regras básicas do jornalismo, como ouvir o outro lado, checar fontes e separar o comercial da redação.

Outro colunista, Rosana Hermann, levantou questões interessantes, como a responsabilidade dos usuários da rede e a necessidade de conscientização sobre o que acompanham nas redes sociais.

Agora, é fundamental que as empresas que reúnem páginas de fofoca e promovem notícias de modo coordenado sejam entendidas como grupo de comunicação e não como simples “marketing de influência”, visando à aplicação de regulamentações e soluções concretas para situações intoleráveis como a enfrentada por Jéssica Canedo.

Solidariedade a Jéssica Canedo e sua família.


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