A heroína Margarida Alves é oficialmente reconhecida pela lei que registra seu nome como benfeitora do país.

Na quinta-feira (17), uma lei foi oficialmente publicada, reconhecendo Margarida Alves como uma heroína nacional e registrando seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, também conhecido como Livro de Aço. Margarida ficou conhecida como a heroína das ligas camponesas e dos trabalhadores rurais do Brasil, e sua luta pelos direitos dos camponeses a tornou líder sindical. Infelizmente, sua vida foi brutalmente interrompida em 1983, quando ela foi assassinada em frente à sua casa.

Nascida em 5 de agosto de 1933, em Alagoa Grande, no Brejo da Paraíba, Margarida Alves se tornou um símbolo na luta por direitos dos trabalhadores rurais. Ela foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande por 12 anos, dedicando-se à reforma agrária, à luta contra a violência e à educação dos camponeses. Além disso, Margarida também fundou o Movimento Mulheres do Brejo e o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural em parceria com Paulo Freire.

Antes de ser assassinada, Margarida fez um discurso no Dia do Trabalho de 1983, no qual declarou: “da luta eu não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de fome”. No dia 12 de agosto daquele mesmo ano, aos 50 anos de idade, ela foi baleada no rosto com uma espingarda, depois de receber diversas ameaças de latifundiários da região.

Apesar de ter sido denunciado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, o crime político que tirou a vida de Margarida Alves nunca foi solucionado. Os responsáveis foram presos após denúncias do Ministério Público, mas foram posteriormente absolvidos.

O Livro de Aço, que está situado no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, contém o nome daqueles que dedicaram suas vidas à luta por um país melhor. Margarida Alves agora se junta a nomes como Antonieta de Barros, Zumbi dos Palmares, Chico Mendes, Dandara dos Palmares, Nise Silveira, Zuzu Angel e Chico Xavier. Para que um indivíduo seja incluído no livro, é necessário que seja aprovada uma lei pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República. Além disso, a pessoa homenageada deve ter falecido há pelo menos 10 anos.

A história de Margarida Alves e seu legado serão eternizados no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, mantendo viva a memória de sua luta pelos direitos dos trabalhadores rurais do Brasil. A inserção de seu nome no livro é uma forma de reconhecer seu sacrifício e inspirar as gerações futuras a continuarem a luta por um país mais justo e igualitário.

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