Marina defende Ibama na Amazônia e impede nomeações políticas nos estados.

No cenário político brasileiro, as negociações entre o presidente Lula (PT) e possíveis novos aliados estão em pleno vapor. Ao mesmo tempo, uma disputa acirrada entre deputados por cargos federais tem agitado os bastidores. Nesse contexto, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem atuado para garantir a nomeação de servidores de carreira em cargos estratégicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama), evitando indicações políticas.

Das 26 superintendências estaduais do Ibama, apenas nove tiveram seus chefes nomeados desde o início do governo, sendo a maioria deles servidores de carreira. Marina Silva conseguiu colocar funcionários do órgão em sete dos nove estados da Amazônia Legal, além de locais como o Pantanal. Nos demais estados, as indicações continuam pendentes e os cargos são ocupados de forma interina.

Essa demora nas negociações e o veto a nomes indicados por parlamentares têm gerado insatisfação entre os aliados do governo, que criticam a postura intransigente da ministra. Binho Zavaski, presidente da Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), defende que os cargos sejam ocupados por pessoas qualificadas, independentemente de partido político.

Em resposta às críticas, o Ibama afirmou que está trabalhando na recomposição de seus quadros e que as diretorias que ainda não tiveram titulares nomeados estão sendo lideradas por servidores concursados com alta capacidade técnica.

Em meio a essa disputa por cargos, algumas indicações têm gerado polêmica. No Paraná, a indicação da dentista e advogada Andrea Godoy para chefiar o Ibama mobilizou o Ministério Público Federal, que argumenta que ela não possui experiência na área e tem ligações com um empresário suspeito de participar de garimpo ilegal em uma Terra Indígena.

Na Bahia, o advogado Diego Freitas Ribeiro foi indicado para o cargo, mas é alvo de denúncias na operação Faroeste, que investiga venda de decisões da Justiça. Em Goiás, a indicação de Fábio Brasil de Castro também foi contestada por servidores do Ibama.

Esses exemplos mostram que mesmo aliados do governo enfrentam dificuldades para emplacar seus indicados no Ibama. A ministra Marina Silva tem atuado de maneira decisiva para garantir que a nomeação seja baseada na qualificação técnica dos candidatos.

No entanto, as disputas por cargos nos estados têm encontrado obstáculos, principalmente devido às rivalidades locais entre os partidos que apoiam o governo no Congresso Nacional. Os estados do Nordeste, em especial, têm sido palco de confrontos mais acirrados, com deputados de diferentes legendas cobrando seu espaço na máquina federal.

Apesar das disputas, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirma que a maioria dos pleitos já está resolvida e que está trabalhando com transparência para atender as demandas dos deputados e fortalecer a base aliada do governo.

Em resumo, as negociações políticas em torno dos cargos federais no Ibama têm gerado atritos entre os aliados do governo, enquanto a ministra Marina Silva busca garantir nomeações baseadas na qualificação técnica dos servidores de carreira. Essa disputa pela ocupação dos postos estratégicos do órgão reflete as rivalidades políticas existentes em diversos estados do país.

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