Relator da CPMI exclui possibilidade de quebra de sigilo de Michele e Jair Bolsonaro.

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, deputado Arthur Maia (União-Bahia), decidiu que não serão quebrados os sigilos do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira dama, Michelle, nem será investigado o caso das joias. Maia alega que não há conexão entre os ataques e a venda das joias, por isso não vê sentido em quebrar o sigilo do ex-presidente. Para ele, se quiserem discutir presentes de ex-presidente, venda de Rolex e negócio de joias, devem fazer uma outra CPI.

O deputado deu essa declaração após se reunir com o comandante-geral do Exército, general Tomás Paiva, no Quartel-General do Exército, em Brasília. O encontro foi solicitado pelo próprio Maia, após uma reunião tensa na CPMI, que resultou na suspensão da sessão. Durante esse encontro com o comandante-geral, Maia garantiu que não recebeu pedido para dar tratamento especial a qualquer pessoa ou deixar de convocar determinadas pessoas. Pelo contrário, segundo o deputado, o comandante reiteradamente enfatizou a importância de a CPMI cumprir seu papel e mostrar o comprometimento das Forças Armadas com as instituições democráticas e a Constituição.

Na reunião de votação de requerimentos desta quinta-feira, é esperado que seja votado o requerimento de convocação e quebra de sigilo da deputada Carla Zambeli, que tem ligação com o hacker Walter Delgatti. Maia considera importante a votação desse requerimento, mas ressalta que a convocação poderá ser discutida num segundo momento, após análise dos documentos do sigilo.

Além disso, amanhã os parlamentares deverão ouvir o depoimento do Sargento dos Reis, que fazia parte da equipe dos ajudantes de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o sargento teve uma movimentação financeira atípica para sua renda. O depoimento está marcado para às nove horas da manhã.

Neste contexto, a CPMI dos Atos Golpistas continua avançando em suas investigações e buscando esclarecer possíveis conexões entre os ataques ocorridos e autoridades políticas envolvidas. A decisão de não quebrar os sigilos do ex-presidente e da ex-primeira dama, assim como de não investigar o caso das joias, foi tomada pelo presidente da comissão com base na falta de evidências que justificassem tais medidas. Resta agora aguardar as próximas etapas da CPMI para ver quais serão os desdobramentos dessa investigação.

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