STF presta homenagem póstuma a Mãe Bernadete, falecida recentemente, em ato de reconhecimento e gratidão.

O Supremo Tribunal Federal (STF) prestou uma homenagem à líder quilombola Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, durante a abertura da sessão desta quarta-feira (23). Mãe Bernadete, de 72 anos, foi assassinada a tiros na Bahia há uma semana. O momento de silêncio foi realizado como forma de lembrar a importância da luta pelos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Cidadã.

A líder quilombola foi morta por dois homens de capacetes de motociclistas. Ela era uma das lideranças do quilombo Pitanga dos Palmares, localizado em Simões Filho. A presidente do STF, ministra Rosa Weber, já havia cobrado a apuração do caso em nota e reforçou suas cobranças durante a sessão desta quarta-feira.

Rosa Weber ressaltou que esteve com Mãe Bernadete no dia 26 de julho, durante uma visita ao quilombo Quingoma, em Salvador. Nesse encontro, ela conversou com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e pediu um cuidado especial com os povos quilombolas. Como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra criou um grupo de trabalho para melhorar a atuação do Poder Judiciário em ações que envolvam posse, propriedade e titulação de territórios quilombolas.

Em decorrência do assassinato de Mãe Bernadete, o CNJ decidiu antecipar a reunião do grupo de trabalho, mesmo que alguns representantes de órgãos públicos e organizações ainda não tenham feito suas indicações. Dois juízes do CNJ foram à Bahia logo após o crime para acompanhar a investigação e garantir a proteção dos familiares da vítima e dos membros das comunidades quilombolas.

A ministra Cármen Lúcia, também do STF, manifestou-se sobre o assassinato de Mãe Bernadete, destacando que essa morte é apenas mais uma das muitas desumanidades que têm acontecido no país. Ela ressaltou a história brasileira, que muitas vezes apaga as mulheres guerreiras.

Na mesma data, um grupo de deputados federais realizou um cortejo na Câmara dos Deputados, em Brasília, em homenagem à líder quilombola, demonstrando a relevância e o impacto de sua luta.

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