Segundo relatos, o deputado se aproximou por trás de Julia Zanatta e disse “pelo menos 40 anos de mandato” próximo ao seu ouvido, em referência à deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que era o tema da discussão naquele momento. A denúncia foi apresentada pelo Partido Liberal dois dias depois, acompanhada de declarações da deputada de que nunca havia dado liberdade ao deputado maranhense e que sequer o conhecia. Uma imagem e um vídeo do episódio foram usados como provas.
No entanto, o relator do processo, deputado Ricardo Maia (MDB-BA), votou pela absolvição de Márcio Jerry. Ele deixou uma mensagem ao deputado durante a sessão do Conselho de Ética, destacando que às vezes reconhecer um erro e pedir desculpas não é sinal de falta de hombridade, mas sim uma forma de evitar conflitos políticos e não levar a questão para o âmbito ético.
Durante o debate, Julia Zanatta afirmou que o episódio talvez não tivesse chegado ao Conselho de Ética se não tivesse sido chamada de criminosa e produtora de fake news por denunciar a importunação. Ela questionou o desrespeito ao seu mandato e afirmou que o comportamento de Jerry não deveria ser justificado.
Márcio Jerry, por sua vez, afirmou que suas ações não configuraram importunação sexual ou violência política de gênero, mas pediu desculpas à deputada pelos problemas que o episódio causou. Ele ressaltou que sua intenção era apenas defender Lídice da Mata durante o debate.
O parecer de Ricardo Maia pela absolvição de Márcio Jerry foi aprovado por 10 votos a 5. Além disso, outros nove processos por quebra de decoro que estavam na pauta da reunião do Conselho de Ética foram retirados devido à ausência dos relatores.
É importante ressaltar que esse texto foi produzido pelo jornalista Luiz Cláudio Canuto e editado por Ana Chalub.