A jovem brasileira Shahed Albanna, de 18 anos, que se encontra no local, enviou um áudio à nossa reportagem onde é possível ouvir o som de bombas caindo próximo à escola. Em seguida, Shahed enviou um vídeo mostrando pessoas abrigadas em um único cômodo da escola como forma de se proteger dos possíveis ataques.
Segundo informações da embaixada brasileira em Ramala, na Cisjordânia, o ônibus que levaria esses brasileiros demorou a chegar devido ao bombardeio da via principal da cidade de Gaza durante o trajeto. Por causa disso, o veículo chegou tarde e as condições de viagem para a cidade de Khan Younis, onde deveriam se deslocar, seriam perigosas à noite. Por fim, a embaixada informou que os brasileiros passariam a noite na escola e viajariam na manhã seguinte.
Levando em consideração o horário de Brasília, espera-se que o veículo deixe a cidade de Gaza no início da madrugada de sábado (14). Além disso, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que a embaixada brasileira em Tel Aviv formalmente solicitou ao governo de Israel que não bombardeie a escola onde estão os brasileiros.
De acordo com informações do Itamaraty, há outro grupo de brasileiros querendo sair de Gaza, desta vez na cidade de Khan Younis, que faz fronteira com o Egito. Esse grupo inclui o palestino-brasileiro Hasen Rabee, que aguarda uma oportunidade para deixar a região.
Israel emitiu uma ordem para evacuação da região norte da Faixa de Gaza, onde vivem mais de 1 milhão de pessoas, em um prazo de 24 horas. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu que essa ordem seja revista, pois não há tempo hábil para retirar todos os moradores. A OMS teme uma escalada da crise humanitária resultante dessa ação.
O Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, expressou preocupação com a ordem de evacuação, questionando como mais de 1 milhão de pessoas poderão atravessar uma região densamente povoada em menos de 24 horas.
Na quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente de Israel, Issac Herzog, e fez um apelo para que seja aberto um corredor humanitário para que as pessoas possam sair da Faixa de Gaza. A situação permanece tensa e a expectativa é de que medidas sejam tomadas para garantir a segurança dos brasileiros presentes na região.
