Marinha inicia nova missão de GLO em portos e aeroportos para combater tráfico de armas e drogas

O vice-almirante Renato Rangel Ferreira, comandante da Área de Operações da Marinha, enfatizou que a nova missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é diferente de todas as outras já realizadas. Ele afirmou que 1,9 mil militares foram mobilizados e estão sendo utilizados diversos equipamentos, como navios-patrulha, embarcações e viaturas blindadas. A abrangência da missão está definida no Decreto 11.765, assinado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, e os militares poderão atuar nos portos do Rio de Janeiro, de Itaguaí e de Santos, além dos aeroportos internacionais de Guarulhos e do Galeão. O objetivo é apoiar o combate ao tráfico de armas, drogas e outros tipos de crimes.

A GLO foi decretada após episódios marcantes envolvendo a segurança pública no Rio de Janeiro, o que levou o governador Cláudio Castro a solicitar ajuda federal. Operações policiais recentes em busca de lideranças do Comando Vermelho resultaram na morte de três médicos por engano em um quiosque na Barra da Tijuca. Além disso, armas furtadas do Exército em Barueri foram encontradas na capital fluminense e ônibus e um trem foram incendiados na zona oeste após a morte de um miliciano durante confronto com a polícia.

A Marinha está atuando na missão por meio da operação Lais de Guia, que envolve a patrulha nos portos. O vice-almirante explicou que, embora a patrulha da Marinha na Baía de Guanabara não alcance a costa do Complexo da Maré, movimentações de criminosos serão detectadas, já que qualquer trânsito na Baía de Guanabara passa obrigatoriamente pela área delimitada por portaria ministerial.

Quanto à inclusão do Porto de Santos na missão em vez do Porto de Paranaguá, o vice-almirante disse que existem informações sobre a conexão do crime organizado entre os dois portos, já que boa parte do comércio marítimo passa pelo Porto do Rio de Janeiro.

As GLOs conferem às Forças Armadas a autonomia para atuar com poder de polícia em áreas previamente definidas. Desde 1992, já foram realizadas 145 missões de GLO no país, em situações como greves de policiais militares, grandes eventos e processos eleitorais.

A nova missão, limitada a áreas específicas de controle federal, não interfere na atuação das forças de segurança dos estados. Foi instalado um comitê de acompanhamento das ações de segurança, coordenado pelos ministros da Justiça e da Defesa.

O vice-almirante reforçou que a Marinha atuará de forma articulada com todos os atores envolvidos nos portos, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários e a Receita Federal. No primeiro dia da operação, foi realizada uma reunião de articulação das ações.

Os principais portões dos portos do Rio de Janeiro, de Itaguaí e de Santos já foram ocupados e está ocorrendo algum tipo de vasculhamento e inspeção nas áreas. A missão se estenderá até 3 de maio de 2024.

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