Brasil intensifica presença militar na fronteira norte em meio a tensões entre Venezuela e Guiana por região disputada.

As tensões entre Venezuela e Guiana aumentaram nos últimos dias devido ao referendo sobre os direitos da Venezuela sobre a região de Essequibo, que representa cerca de dois terços do atual território da antiga colônia inglesa. Diante desse contexto, o Brasil aumentou a presença militar na fronteira norte do país. Segundo o Ministério da Defesa, a intensificação das ações de defesa na região tem como objetivo promover uma maior presença militar na fronteira ao Norte do país.

A região de Essequibo, de 160 mil km² e com uma população de 120 mil pessoas, é disputada há mais de um século. A Venezuela contesta a entrega desse espaço à Grã-Bretanha em 1899, considerando a região como “em disputa”. As Nações Unidas intermediaram o Acordo de Genebra em 1966, que determinou que a região ainda está “por negociar”. A região dispõe de bilhões de barris de petróleo, o que aumenta a importância do território para os países envolvidos.

A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Maria Figueiredo Padovan, destacou a preocupação do governo brasileiro com o ambiente de tensão entre os dois países vizinhos e amigos. O Brasil defende uma solução diplomática para a questão, seja por meio de negociações bilaterais ou por meio da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que alegou ter jurisdição sobre o caso em abril deste ano. A Guiana entrou com uma liminar na CIJ para suspender o referendo, mas a Venezuela não reconhece a jurisdição da Corte Internacional nesse caso e evoca o Acordo de Genebra de 1966 como único instrumento válido para resolver a controvérsia.

Além disso, a Venezuela protestou contra uma rodada de licitações de petróleo realizada pela Guiana, alegando que as áreas marítimas que devem ser exploradas por multinacionais são objeto da disputa entre os países.

Diante desse cenário, o Brasil aumentou a presença militar na fronteira norte, como forma de garantir a segurança na região. A diplomacia brasileira busca evitar conflitos militares na região e preza pelo diálogo e cooperação entre os países sul-americanos. O governo acompanha com atenção a situação e espera que uma solução pacífica seja alcançada por meio de negociações diplomáticas.

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