STF julga constitucionalidade da Lei das Estatais que exige quarentena para indicações políticas em empresas públicas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou hoje, quarta-feira (6), a sessão destinada ao julgamento da constitucionalidade de parte da Lei das Estatais, norma aprovada em 2016 para exigir quarentena de 36 meses para indicações de políticos e pessoas ligadas a partidos para as diretorias de empresas públicas. Em março deste ano, o ex-ministro Ricardo Lewandowski suspendeu o dispositivo que impedia ministros de Estado e secretários estaduais e municipais de atuarem nas diretorias e nos conselhos de administração de estatais sem o cumprimento da quarentena.

No mesmo mês, o ministro André Mendonça pediu vista do processo, suspendendo o julgamento. Na sessão desta tarde, o julgamento foi retomado com a manifestação de Mendonça, que profere seu voto neste momento. O julgamento é motivado por uma ação de inconstitucionalidade protocolada pelo PCdoB em dezembro do ano passado. Conforme a Lei 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, é vedada a indicação para o conselho de administração e para a diretoria de estatais de ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, e dirigentes de partidos políticos que atuaram, nos últimos 36 meses, como participantes da estrutura decisória de partidos ou em campanhas políticas.

A discussão no STF levanta questões importantes sobre a interferência de políticos e seus aliados na gestão de empresas estatais. O debate ganha destaque em um momento em que a eficiência e a transparência na administração pública são temas centrais. A decisão do Supremo pode influenciar diretamente a forma como as estatais são geridas no Brasil, afetando a nomeação e atuação dos dirigentes dessas empresas.

O voto de Mendonça e a posterior decisão do STF serão fundamentais para definir os rumos da Lei das Estatais e a forma como ela será aplicada. A expectativa é que o julgamento seja marcado por intensos debates e que os argumentos apresentados pelas partes envolvidas sejam considerados de forma cuidadosa e imparcial. A decisão do Supremo terá impacto não apenas na legislação das estatais, mas também na governança e no funcionamento dessas importantes organizações para a economia e o desenvolvimento do país.

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