Por outro lado, 20% dos entrevistados acreditam que “o pior já passou”, mas ainda veem as vacinas como uma forma de se proteger caso haja uma nova onda de covid-19. Apenas 15% afirmam que a pandemia já acabou e que não têm medo de se contaminar.
O Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) coordenou o levantamento em 106 cidades, com recortes no Pará, na Bahia, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Distrito Federal, a pedido da Pfizer. A pesquisa também incluiu pessoas que não completaram o esquema vacinal contra a covid-19, abrangendo dois subgrupos na amostra: pessoas com filhos e sem filhos.
De acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa, a preocupação com as variantes do SARS-CoV2 é legítima, já que o vírus tem potencial para sofrer mutações com frequência, especialmente quando é transmitido de pessoa para pessoa. Barbosa ressaltou que algumas variantes se espalham mais rapidamente, levando ao aumento de casos e complicações relacionadas à doença.
A pesquisa também revelou que 86% dos entrevistados consideram as vacinas contra a covid-19 importantes para proteger os adultos, enquanto 78% as veem como seguras. A diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro, destacou que a imunização continua sendo a principal forma de prevenção contra casos graves de covid-19 e contribui para reduzir o risco de morte e o número de hospitalizações.
Além disso, 72% dos entrevistados afirmaram que se vacinariam imediatamente caso surgisse uma nova onda da doença. No entanto, a pesquisa também apontou que 30% das pessoas com esquema vacinal incompleto não se sentem totalmente protegidas e 32% não conseguiram tomar todas as doses necessárias.
Em relação à vacinação infantil, a pesquisa revelou que a maioria dos filhos dos entrevistados (59%) recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19. No entanto, parte dos pais e mães manifestou preocupações, como o medo de possíveis reações adversas causadas pela vacina (20%) e a falta de motivação para vacinar as crianças (10%).
A imprensa foi apontada como a principal fonte de informação sobre o tema por 43% dos entrevistados, seguida pelos postos de saúde (30%) e pelas redes sociais (26%). No entanto, a pesquisa mostrou que 67% das pessoas classificaram as informações disponíveis sobre a vacina como muito fáceis ou de fácil entendimento, mas duas em cada três pessoas com o ciclo vacinal incompleto acreditam em pelo menos uma das notícias falsas mais comuns sobre o tema.
Apesar da desconfiança em relação às vacinas e à disseminação de fake news, a pesquisa apontou que o cenário é promissor, com a maioria dos entrevistados mostrando disposição em se vacinar caso surja uma nova onda da doença, o que pode contribuir para o aumento da adesão à vacinação e para a proteção da população contra a covid-19.