Pesquisa revela que seis em cada dez mulheres médicas sofrem assédio no ambiente de trabalho, aponta Associação Médica Brasileira.

Uma pesquisa realizada pela Associação Médica Brasileira e pela Associação Paulista de Medicina revelou que seis em cada dez mulheres médicas relataram ter sofrido algum tipo de assédio, seja moral ou sexual, no ambiente de trabalho. Além disso, 70% delas afirmaram ter enfrentado algum tipo de preconceito no exercício de sua profissão.

Os dados apresentados pela pesquisa também apontam para um problema grave no que diz respeito à denúncia desses casos. Apenas 44% das médicas que relataram os casos às suas superiores viram resultados em suas queixas, o que representa somente 11% do total. A situação piora quando observamos que pouco mais de 10% das mulheres levaram suas denúncias às autoridades policiais ou ao Judiciário e, dessas, apenas 5% viram suas queixas investigadas ou os responsáveis sendo punidos.

Maria Rita Mesquita, médica e membro da Associação Médica Brasileira, enfatiza que as mulheres médicas enfrentam uma série de dificuldades em sua vida profissional e que é necessário que a sociedade as ouça de forma mais atenta. Entre as dificuldades citadas por Mesquita estão o excesso de trabalho, a dupla jornada, a baixa remuneração, as condições inadequadas de trabalho, o desrespeito, o machismo e a misoginia.

A pesquisa foi realizada por meio de uma plataforma online e contou com a participação de mais de 1,4 mil médicas de todo o Brasil. Vale ressaltar que a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais.

Diante desse cenário preocupante, a Associação Médica Brasileira oferece um canal de denúncias para médicas, onde as vítimas recebem orientação jurídica sobre como proceder diante dos casos de assédio, preconceito e demais situações de violência no ambiente de trabalho.

É fundamental que a sociedade, as instituições de saúde e os órgãos competentes estejam atentos a essas questões e que sejam adotadas medidas para combater o assédio, o preconceito e a violência contra as mulheres médicas. A criação de grupos de discussão e ações efetivas são essenciais para garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todas as profissionais da área médica.

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