Campanha Janeiro Roxo alerta para a Hanseníase: conheça os sintomas, tratamentos e impactos da doença no Ceará.

No último dia 18 de janeiro, a capital cearense deu início a mais uma campanha de conscientização sobre a hanseníase, doença que, apesar dos esforços para combatê-la, ainda é um problema de saúde pública. Dessa vez, unindo forças com o mês que marca a luta mundial contra a hanseníase, a cor roxa foi adotada para alertar a sociedade sobre a doença, que possui tratamento gratuito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) disponibiliza atendimento especializado por meio do Centro de Dermatologia Dona Libânia, referência para doenças dermatológicas no Ceará.

A hanseníase é uma doença contagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que, se não tratada precocemente, pode levar a deformações irreversíveis e até mesmo à perda de membros. Em 2022, foram notificados 22.248 casos de hanseníase no Ceará, dos quais 25% foram diagnosticados no Centro de Dermatologia Dona Libânia. Isso evidencia a importância desses centros de referência no acompanhamento e tratamento da doença.

Apesar de ser altamente eficaz, o tratamento requer a detecção precoce da doença. Por isso, os postos de saúde são as portas de entrada para o diagnóstico, onde são realizadas as poliquimioterapias (PQT) com dose supervisionada mensal. Além disso, a Atenção Primária à Saúde é essencial para o manejo clínico da hanseníase, uma vez que avalia os contatos domiciliares das pessoas diagnosticadas com a doença. O período de tratamento pode variar de seis meses a um ano, com antibióticos de uso diário, fornecidos pelos postos de saúde.

No entanto, o estigma social em torno da doença ainda é muito forte, o que reflete a importância da informação na luta contra a hanseníase. Com a descoberta do tratamento, até o nome da doença, que era lepra, mudou para hanseníase, indicando que hoje é totalmente curável. A informação e a prevenção são as principais armas contra o preconceito e os avanços da doença.

O Centro de Convivência Antônio Diogo (CCAD), localizado em Redenção, atua no diagnóstico da hanseníase há 95 anos. Além da avaliação médica clínica, o centro dispõe de médico dermatologista, enfermeiro, assistente social e fisioterapeuta, que realizam coleta de linfa para a baciloscopia, biópsia, avaliação neurológica simplificada e prevenção de incapacidades físicas em casos de hanseníase. Outro aspecto relevante é a tendência genética da doença, que tem maior incidência entre parentes diretos de pessoas que foram acometidas com a hanseníase.

Em um cenário com tantos desafios, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz são fatores determinantes para a diminuição dos casos de hanseníase. A informação, a prevenção e a busca por atendimento médico são essenciais para a erradicação dessa doença que ainda afeta milhares de pessoas no Brasil e no mundo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo