Durante a primeira audiência sobre o caso, representantes do governo da África do Sul sustentaram que o Estado de Israel promove um genocídio sistemático contra o povo palestino. Eles alegam que as ações de Israel configuram uma colonização da Palestina.
No dia 11 de janeiro, a juíza Joan E. Donoghue, presidente da Corte, ouviu os argumentos do governo da África do Sul e, no dia seguinte, escutou os advogados de Israel. A denúncia foi rejeitada pelos advogados israelenses, que negaram a prática de genocídio na Faixa de Gaza. Eles afirmaram que a acusação da África do Sul é uma distorção do que ocorre na região e pediram ao tribunal que rejeite a solicitação sul-africana de impor a suspensão das ações militares na área.
A denúncia da África do Sul recebeu apoio do Brasil, México, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Malásia, países da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica. A Alemanha, no entanto, rejeitou as alegações feitas pela África do Sul e manifestou apoio a Israel.
O conflito no Oriente Médio iniciado no dia 7 de outubro do ano passado já dura mais de 100 dias. Estima-se que o número de palestinos mortos em ataques israelenses na Faixa de Gaza tenha ultrapassado 25 mil pessoas. As Forças Armadas de Israel confirmaram que 24 soldados israelenses foram mortos em confrontos com os combatentes do Hamas. A situação é marcada por uma escalada da violência entre Israel e o Hamas, com ambos os lados sofrendo baixas significativas.
A decisão da Corte Internacional de Justiça sobre a denúncia da África do Sul contra Israel deve trazer reflexos significativos para o cenário político e diplomático internacional. A expectativa é que o veredito, que será lido publicamente no Palácio da Paz, em Haia, nos Países Baixos, provoque reações e posicionamentos por parte de diversos países e organizações internacionais.