Ministro da Justiça critica relatório da Transparência Internacional que aponta Brasil em 104º lugar no Índice de Percepção da Corrupção

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, fez duras críticas a um relatório divulgado pela Organização Não-Governamental (ONG) Transparência Internacional, o qual apontou que o Brasil caiu 10 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC). Dino classificou as afirmações do relatório como “bastante exóticas” e atribuiu a queda no índice à mudanças na política de combate à corrupção, as quais, segundo ele, puseram fim à espetacularização do combate à corrupção, que considera uma forma de corrupção em si.

O Brasil ficou na posição 104º entre 180 países e territórios no IPC, marcando uma queda significativa no ranking anual, que é divulgado desde 1995. O ministro afirma que o desmonte de marcos legais e institucionais anticorrupção promovido pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro foi o principal fator para essa queda.

Essas declarações do ministro foram feitas no último dia dele à frente do Ministério da Justiça, posto que deixará para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro. Ele também reafirmou que não houve uso político da Polícia Federal durante a recente operação contra a família Bolsonaro, que investiga o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, Dino apresentou dados sobre a atuação da Justiça no combate à criminalidade e utilizou como exemplo os números relativos ao combate à corrupção pela Polícia Federal, revelando que a PF realizou 227 operações de combate à corrupção em 2023, recuperando R$ 897 milhões.

O relatório da Transparência Internacional também cita que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem falhando na reconstrução dos mecanismos de controle da corrupção, e menciona a indicação de Cristiano Zanin, antigo advogado pessoal de Lula, para o STF como um ponto negativo.

Além disso, o ministro do STF Gilmar Mendes comentou o relatório da Transparência Internacional, afirmando que ele precisa ser visto com cautela, enquanto o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marcos de Carvalho, apontou que o índice anticorrupção “tem problemas”.

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