Presidente do Senado solicita acesso a lista de parlamentares supostamente monitorados ilegalmente pela Abin no governo de Bolsonaro.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), enviou nesta quarta-feira um ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitando acesso à lista de parlamentares supostamente monitorados ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. Moraes é relator da investigação que apura a utilização da Abin para monitorar ilegalmente adversários políticos de Bolsonaro e o andamento de processos que tramitam contra o ex-presidente e seus filhos.

No ofício, Pacheco afirmou que pretende ter acesso à lista para tomar medidas legais no Congresso Nacional, que é presidido por ele. Ele destacou que caso seja comprovado o monitoramento ilegal de deputados federais e senadores da República, as ações constituem também afronta às prerrogativas parlamentares, especialmente quanto à garantia de livre exercício do mandato e do sigilo de suas fontes.

Na segunda-feira, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi alvo de buscas da Polícia Federal em mais uma fase da operação que investiga a suposta atuação da chamada “Abin paralela”. Os mandados de busca foram autorizados por Alexandre de Moraes. Já na quinta-feira (21), o ministro também autorizou buscas contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin.

Esse pedido de acesso à lista envolvendo parlamentares supostamente monitorados ilegalmente é mais um capítulo da tensão entre o Poder Legislativo e o governo de Jair Bolsonaro. A atuação da Abin tem sido alvo de investigações e denúncias, levantando preocupações sobre uso indevido de informações e possível desrespeito às prerrogativas das autoridades.

As ações do ministro Alexandre de Moraes no caso demonstram a seriedade com que o STF tem tratado da questão, buscando esclarecer e responsabilizar eventuais abusos cometidos pela Abin. A investigação em andamento promete jogar luz sobre a suposta utilização da agência para fins políticos e partidários, o que pode ter graves consequências para o governo Bolsonaro e seus aliados.

Diante do atual cenário político brasileiro, a atuação do STF e a postura do Congresso Nacional em relação a essas denúncias são determinantes para a manutenção do Estado de Direito e o respeito às instituições democráticas. A transparência e o rigor na apuração dos fatos são fundamentais para a garantia da integridade do sistema democrático e para o fortalecimento da confiança da população nas instituições.

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