Segundo o Inpa, das 32 bacias hidrográficas da região, apenas duas apresentaram volume regular de chuva para janeiro e cinco estão com climatologia próxima para o período. O meteorologista e pesquisador do Centro de Dinâmica Ambiental (Codam) do Inpa, Renato Senna, explicou que embora as chuvas tenham retornado, em grande parte da região estão com volumes inferiores ao que normalmente é observado.
Um dos fatores que contribuem para essa situação é a influência dos fenômenos El Niño, que consiste no aquecimento superficial das águas do Pacífico Equatorial, e o aquecimento do Atlântico Tropical Norte. Esses fenômenos influenciam a circulação dos ventos, inibindo a formação de nuvens e, consequentemente, as chuvas regulares na região.
O monitoramento climatológico das bacias feito pelo Inpa mostra que a bacia do Rio Purus, afluente do Rio Solimões, acumulou 211 mm nos últimos 30 dias, quando o normal seria de 264 a 304 mm. Essa condição deve interferir na recuperação das áreas, especialmente para a recuperação da umidade do solo, que foi afetada após a seca de 2023.
Além disso, a situação dos rios também afeta a navegabilidade do transporte de cargas e de pessoas. A recuperação do volume de vazão dos principais rios à Oeste, como Solimões, Negro e Madeira, é fundamental para garantir a continuidade dessas atividades na região.
Diante desse cenário, é importante que medidas de preservação e cuidado com os recursos hídricos sejam tomadas, a fim de mitigar os impactos da diminuição da vazão dos rios na região amazônica. A atuação conjunta de órgãos públicos, organizações não governamentais e da sociedade civil é essencial para garantir a proteção desse importante ecossistema.
