A transferência dos blindados para a região norte do país faz parte da Operação Roraima, que tem enviado equipamentos militares para a região amazônica, visando aumentar em 10% o efetivo de tropas no Comando Militar do Norte e no Comando Militar da Amazônia.
De acordo com o Centro de Comunicação Social do Exército, a chegada dos blindados é resultado do planejamento da força militar brasileira, focado em reforçar e priorizar a Amazônia. A estrutura da unidade militar em Roraima tem sido ampliada, passando de esquadrão para regimento, devendo atingir sua transformação completa em 2025, quando o Regimento passará a ter três esquadrões e um efetivo de cerca de 600 militares.
Os equipamentos saíram de Campo Grande (MS) em 17 de janeiro e chegaram a Manaus na semana passada, após percorrerem mais de 3.500 quilômetros. Em seguida, foram deslocados até Roraima. O comboio que chegou a Boa Vista era composto por 14 Viaturas Blindadas Multitarefa (VBMT) 4×4 Guaicurus, todas equipadas com sistemas de armas remotamente controlados, meios optrônicos de visão termal e módulos de comando e controle, além de oito Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas (VBTP-MR) Guarani, seis Viaturas Blindadas de Reconhecimento Médio Sobre Rodas (VBR-MSR) EE-9 Cascavel e outras viaturas administrativas.
Este envio de tropas e equipamentos militares para Roraima teve início após o aumento das tensões entre Venezuela e Guiana, causadas pela disputa pelo território de Essequibo. A região de 160 mil km² com uma população de 120 mil pessoas é alvo de disputa desde 1899, quando foi entregue à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana na época. A Venezuela, no entanto, não reconhece essa decisão e sempre considerou a região como “em disputa”.
Em dezembro do ano passado, os eleitores venezuelanos aprovaram, em referendo, a incorporação de Essequibo, que soma 75% da atual Guiana. O Brasil ajudou a mediar um encontro entre os presidentes da Venezuela e da Guiana, onde eles se comprometeram a não usar a força um contra o outro para resolver a controvérsia. Novas negociações entre os dois países devem ocorrer até março deste ano.