Especialistas reforçam a importância da prevenção, detecção precoce e tratamento adequado do câncer em encontro virtual.

Especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, e do Instituto Nacional de Câncer (Inca), reforçaram nesta terça-feira (20) a importância da prevenção, detecção precoce e tratamento adequado do câncer.

Durante um encontro virtual realizado por especialistas para marcar o Dia Mundial do Câncer no último dia 4, foi discutido o Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer (LAC Code). Esse código elenca medidas de prevenção que devem ser seguidas pela população, incluindo orientações sobre políticas de rastreio da doença e aplicação de vacinas, como no caso do HPV (vírus do papiloma humano, causador do câncer de colo de útero).

Composto por 17 ações, o LAC Code enfatiza medidas já conhecidas, como evitar fumar, praticar exercícios físicos, controlar o peso e adotar uma alimentação saudável. De acordo com a Unidade Técnica de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas/OMS no Brasil, Larissa Veríssimo, o código traduz as evidências científicas mais recentes e oferece recomendações simples para a prevenção do câncer.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou que o câncer é a segunda causa mais comum de morte no Brasil, perdendo apenas para doenças cardiovasculares. Estima-se que entre 2023 e 2025, serão registrados 704 mil novos casos anuais da doença. Entre os fatores de risco, o tabagismo é o principal responsável por 161 mil mortes por ano, seguido pelo consumo de alimentos ultraprocessados, que contribuem para mais de 57 mil óbitos. Em relação ao álcool, 9 mil mortes por câncer são atribuídas ao seu consumo.

Segundo o Inca, se nada for feito para reduzir os casos de câncer, a União gastará R$ 7,84 bilhões em 2040 com procedimentos hospitalares e ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS) em pacientes oncológicos.

Roberto de Almeida Gil, diretor-geral do Inca, defende investimentos em prevenção como uma forma de evitar gastos com tratamento, que apresentam uma tendência crescente e custosa. Ele ressalta que a prevenção e a detecção precoce são rentáveis e potencialmente econômicas e destacou que a doença é um redutor de produtividade da economia.

No encontro entre Opas e Inca, a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) também foi destacada. Aprovada pela Lei 14.758 em dezembro do ano passado, a PNPCC tem como principais objetivos a redução da incidência e mortalidade dos diferentes tipos de câncer e a promoção do acesso ao cuidado integral. Estas são duas das iniciativas que se complementam e se reforçam, de acordo com a coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca, Marcia Sarpa. Os esforços na prevenção são essenciais para evitar que as pessoas desenvolvam a doença e morram dela. Medidas como vacinação contra o HPV, incentivo à alimentação saudável e prática de exercícios físicos são ações que ajudam a evitar o desenvolvimento de câncer.

Portanto, a cifra culminante é que antes que seja tarde demais, a prevenção deve estar na vanguarda.

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