Projeto aprovado pelo Senado restringe saída temporária de presos e inclui exigência de exame criminológico para progressão de regime.






Aprovação de Projeto de Lei que Restringe Saída Temporária de Presos pelo Senado

Aprovação de Projeto de Lei pelo Senado Restringe Saída Temporária de Presos

No dia 20 de abril, o Senado aprovou o projeto de lei (PL) 2.253/2022, que restringe o benefício da saída temporária para presos condenados. Inicialmente apresentado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), o projeto, como veio da Câmara, revogava dispositivos da Lei de Execução Penal (Lei 7.210, de 1984) que tratavam das saídas temporárias. O benefício, atualmente, vale para condenados que cumprem pena em regime semiaberto, permitindo que saiam até cinco vezes ao ano para visitar a família, estudar fora da cadeia ou participar de atividades de ressocialização. No entanto, o projeto foi alterado para permitir as saídas temporárias apenas para presos que estudam.

O texto foi aprovado com 62 votos favoráveis, dois contrários e uma abstenção, e agora voltará para a análise dos deputados. Uma das emendas aceitas do senador Sergio Moro (União-PR), reverte a revogação total do benefício. Pelo texto aprovado, as saídas temporárias ainda serão permitidas, mas somente para presos inscritos em cursos profissionalizantes ou nos ensinos médio e superior, e apenas pelo tempo necessário para essas atividades.

O projeto, ainda tratou de outras questões importantes, como a necessidade de exame criminológico para progressão de regime de condenados. De acordo com o texto, um apenado só terá direito ao benefício se “ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento e pelos resultados do exame criminológico”. Além disso, estabelece regras para a monitoração de presos, incluindo casos de violação ou dano ao dispositivo de monitoração eletrônica.

A aprovação do projeto gerou discussões acaloradas entre os senadores, que apresentaram emendas referentes a diversos aspectos do texto. Houve desde acusações de proteção à condenados por crimes cometidos durante ataques antidemocráticos até críticas à falta de estrutura para cumprimento de pena no regime semiaberto em diversos estados.

Diante disso, o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), foi pressionado a interceder junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o texto não fosse vetado. O líder lembrou que o texto ainda voltará para a Câmara e negou que haja posição formada no governo para vetar o projeto. Apesar da polêmica, o projeto foi aprovado e segue para nova análise na Câmara dos Deputados.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo