Segundo Barcellos, os mapas de calor que têm incidido sobre o Cerrado desde 2023 coincidem com as áreas de maior incidência da dengue em 2023 e no presente ano. A pesquisa destacou que a região central do país, abrangendo estados como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, tem registrado uma frequência de anomalias de temperatura que favorece a propagação da dengue.
O pesquisador ressaltou que, devido à alta incidência de ondas de calor nessas áreas e à circulação de pessoas, a transmissão da doença tem sido intensificada. Antigamente, as grandes cidades litorâneas eram as mais afetadas, mas agora locais como o Distrito Federal, a uma altitude de cerca de 1.000 metros, também estão enfrentando surtos de dengue.
Além dos fatores climáticos, o desmatamento e a degradação ambiental no Cerrado têm contribuído para o aumento da incidência da doença. As transformações na região, como desmatamento, queimadas e conversão de florestas em pasto, têm gerado condições favoráveis para a proliferação do mosquito transmissor da dengue.
O estudo alerta para a necessidade de medidas eficazes de combate à doença, como o uso de tecnologia, como drones, para identificar focos do mosquito e sistemas de informação para facilitar o trabalho dos agentes de saúde. A pesquisa também destaca a importância da colaboração entre governos federal, estaduais e municipais para prevenir e controlar os surtos de dengue, que podem se tornar mais frequentes e duradouros em algumas regiões do país.