Relatório da PF indica disputa política como motivação para assassinato de Marielle Franco em projeto de regularização fundiária. Irmãos Brazão presos.

O caso dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ganhou um novo capítulo recentemente com a divulgação do relatório final do inquérito da Polícia Federal (PF) sobre o caso. De acordo com o relatório, a motivação para o crime pode estar relacionada a uma disputa política envolvendo um projeto de regularização fundiária.

Segundo as investigações, os irmãos Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e Chiquinho Brazão, deputado federal, foram presos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) como suspeitos de serem os mandantes do crime. A PF apontou que a principal hipótese de motivação para o crime seria uma rivalidade política entre os irmãos e políticos do PSOL, em especial com Marielle.

O relatório ressalta que a decisão de assassinar a vereadora pode ter sido desencadeada por uma votação contrária de Marielle e do PSOL a um projeto de regularização de terras proposto por Chiquinho Brazão. O relatório também destaca que áreas de milícia, como Rio das Pedras, seriam redutos eleitorais da família Brazão, o que adiciona complexidade ao cenário político.

As milícias, grupos armados que atuam em comunidades do Rio de Janeiro com forte ligação com agentes do Estado e políticos, têm grande influência no controle de territórios e de diversas atividades econômicas ilegais. A exploração imobiliária é uma das atividades lucrativas exploradas pelas milícias, que contam com o apoio de políticos para a regularização de terras ocupadas ilegalmente.

O inquérito da PF revelou detalhes sobre a possível motivação por trás dos assassinatos, incluindo a promessa de terrenos ao ex-policial militar Ronnie Lessa, suspeito de efetuar os disparos contra Marielle, como recompensa pelo crime. A partir disso, o debate sobre a retomada do controle do Estado em territórios dominados pelo crime organizado ganhou relevância.

Nesse contexto, as políticas de reforma urbana, reforma agrária e regularização fundiária se tornam essenciais para a promoção da segurança pública e defesa dos direitos humanos. É fundamental que o Estado brasileiro atue firmemente para combater o avanço do crime organizado e garantir a proteção dos cidadãos em territórios dominados por essas organizações criminosas.

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