Essa disputa territorial remonta ao final do século 19 e está relacionada à riqueza de recursos naturais, como petróleo e gás, presentes na região. A área em questão, Essequibo, representa 75% do território da Guiana, o que a torna um ponto estratégico para ambos os países.
A aprovação da lei pela Assembleia Nacional venezuelana, com unanimidade entre governo e oposição, reflete a importância desse tema para a Venezuela. O referendo realizado em dezembro de 2023, que obteve 95% de votos a favor do reconhecimento de Essequibo como parte da Venezuela, foi o ponto de partida para a tomada de medidas para anexar o território.
A legislação sancionada por Maduro proíbe mapas do país sem a inclusão de Essequibo e não reconhece a Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas como um fórum para resolver a disputa, aprofundando ainda mais a crise nas relações diplomáticas.
A repercussão do ato de Maduro não tardou, com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, condenando a tentativa de anexação territorial como uma violação do direito internacional. O encontro entre os presidentes dos dois países em dezembro de 2023, que resultou em um acordo para não usar a força um contra o outro, parece ter sido desrespeitado por essa ação unilateral.
A acusação de Maduro sobre a presença de bases da CIA na Guiana para agredir a Venezuela adiciona mais um componente de tensão a essa controvérsia, que já vinha preocupando países vizinhos, como o Brasil, que tenta mediar o conflito.
Em resumo, a disputa pela Guiana Essequiba é um assunto delicado que envolve interesses geopolíticos, naturais e históricos, e que agora ganha contornos mais dramáticos com a sanção da lei por Maduro e a reação internacional que ela despertou. O desfecho dessa questão permanece incerto e pode ter repercussões significativas na região.
