Censura revertida: livro “O Avesso da Pele” retorna às escolas do Paraná e de Goiás após mobilização contra tentativa de proibição.

O livro “O Avesso da Pele”, do renomado escritor Jeferson Tenório, está de volta às escolas do Paraná e de Goiás após uma decisão polêmica das secretarias de Educação desses estados. Em março, os governos paranaense e goiano haviam ordenado o recolhimento de exemplares da obra em escolas e bibliotecas, causando repercussão e debates sobre a liberdade de expressão e o papel da literatura nas instituições de ensino.

No último sábado (6), a editora responsável pelo livro, Companhia das Letras, celebrou a reversão da decisão em uma publicação nas redes sociais. Segundo a editora, a medida de recolhimento foi considerada injustificada e ilegal, e a reintegração de “O Avesso da Pele” nas escolas é vista como uma vitória para a pluralidade de ideias e a importância da literatura na formação dos estudantes.

O escritor Jeferson Tenório também se pronunciou sobre o episódio, agradecendo a mobilização contra a censura e reiterando a importância de manter a arte e a literatura acessíveis aos alunos. Para ele, o episódio serviu como um alerta para possíveis tentativas autoritárias de interferir no acesso à cultura e ao conhecimento.

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná informou que os exemplares de “O Avesso da Pele” serão devolvidos às escolas até o final do mês, com a recomendação de indicação do livro para o público adulto e estudantes da Educação de Jovens e Adultos. Já a Secretaria de Estado da Educação de Goiás afirmou que a obra passou por avaliação pedagógica e será destinada às escolas de ensino médio e centros de educação de jovens e adultos.

“O Avesso da Pele” aborda questões urgentes sobre relações raciais, violência e identidade, sendo premiado com o Jabuti em 2021. O livro já foi traduzido para 16 idiomas e estava incluso no Programa Nacional do Livro e do Material Didático de 2022, para ser trabalhado no ensino médio de todo o país. O Ministério da Educação esclareceu que a escolha das obras literárias é feita pelos educadores e aprovada por uma banca de especialistas, reforçando a importância da liberdade de cátedra e do acesso à diversidade de pensamento nas escolas.

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