Ministério Público denuncia 26 pessoas por crimes de lavagem de dinheiro em esquema com facção criminosa Primeiro Comando da Capital

O Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), denunciou 26 pessoas suspeitas de participação em crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e apropriação indébita relacionados à Operação Fim da Linha. Caso a denúncia seja acatada pela Justiça, os investigados se tornarão réus em um processo que investiga um esquema de lavagem de dinheiro supostamente utilizado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio das empresas de ônibus Upbus e Transwolff, na cidade de São Paulo.

A operação realizada no dia 9 de abril resultou na prisão de seis pessoas, incluindo três em flagrante, e na apreensão de 11 armas de fogo, 813 munições, R$ 161 mil em dinheiro, computadores, HDs, pen drives, dólares e barras de ouro. O esquema criminoso consistia em utilizar o serviço de transporte público por ônibus na capital paulista para ocultar a origem ilícita de ativos provenientes de crimes como tráfico de drogas e roubos.

Segundo a denúncia, entre 2014 e 2024, integrantes do PCC conhecidos como Cebola e Décio Português teriam injetado mais de R$ 20 milhões em recursos ilícitos em uma cooperativa de transporte que se transformou na Upbus, possibilitando sua participação em concorrências promovidas pela prefeitura. Na Transwolff, um grupo de pessoas, incluindo Pandora, teria lavado cerca de R$ 54 milhões, provenientes principalmente do tráfico de drogas, utilizando a empresa de transporte para esse fim.

Diante das investigações, as empresas foram alvo de intervenção municipal, com a prefeitura de São Paulo assumindo o controle das linhas operadas por elas. A Operação Fim da Linha contou com o apoio da Polícia Militar, da Receita Federal e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mobilizando mais de 400 agentes públicos.

A Agência Brasil tentou entrar em contato com as empresas investigadas, porém aguarda retorno para possíveis esclarecimentos. O desdobramento desse caso chama atenção para a complexidade dos esquemas criminosos relacionados ao transporte público na cidade de São Paulo e reforça a importância do combate a ações ilícitas que prejudicam a sociedade e a economia.

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