12/04/2024 – 10:35
Bruno Spada / Câmara dos Deputados
Luciene Cavalcante: as duas disciplinas são fundamentais para o senso crítico dos alunos
Na última quinta-feira (11), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados foi palco de debates acalorados entre entidades ligadas a professores e estudantes que denunciaram a redução na oferta das disciplinas de filosofia e sociologia na educação básica desde a Reforma do Ensino Médio de 2017. A crítica se estendeu à nova proposta de reforma (PL 5230/23) aprovada pela Câmara em março e em análise no Senado. Os debatedores foram unânimes em ressaltar a importância das duas disciplinas para a formação cidadã dos alunos.
Durante a reunião, a presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Luiza Martins, ressaltou a dificuldade dos alunos de escolas públicas em ter acesso aos conteúdos de filosofia e sociologia. Ela destacou discrepâncias no ensino dessas matérias, com algumas turmas tendo mais aulas do que outras, o que, segundo ela, reforça a necessidade de revisão da Reforma do Ensino Médio.
Outro ponto levantado foi a importância de incluir filosofia desde os primeiros anos da vida estudantil. A presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil (Aproffib), Neuza Peres, defendeu veementemente a inclusão da disciplina desde a creche, argumentando que sem filosofia não há pensamento crítico.
O destaque da audiência foi a mobilização da deputada Professora Luciene Cavalcante (Psol-SP), que anunciou a articulação de uma “Carta ao Senado” e a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa de Filosofia e Sociologia na Educação Básica, visando influenciar a votação da nova reforma do ensino médio.
O Ministério da Educação (MEC) também esteve representado na audiência, com o coordenador nacional de estratégia da educação básica, Christy Gomes Pato, ressaltando os esforços do MEC em reconstruir conteúdos curriculares enfraquecidos em governos anteriores. Gomes enfatizou a importância de manter a presença de filosofia e sociologia no currículo escolar.
Além disso, os debatedores abordaram a necessidade de realização de concursos públicos para professores de filosofia e sociologia, a fim de suprir a demanda por profissionais qualificados e reduzir a dependência de contratações temporárias nos estados.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira