Aplicativos de namoro redefinem relacionamentos com categorias mais caras e benefícios adicionais, colocando à prova o quanto as pessoas estão dispostas a pagar




Artigo – Aplicativos de namoro: apps estudam aumentar preços para impulsionar receita

Aplicativos de namoro: apps estudam aumentar preços para impulsionar receita

Por Brenda Silva, Especial para o Jornal X

Publicado em 20 de fevereiro de 2024

Atualizado em 21 de fevereiro de 2024

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Fonte: Folha Mercado

Se sair para um encontro já é caro, aqueles que procuram relacionamentos em seus celulares devem preparar o bolso.

Em um mercado competitivo e em desaceleração, aplicativos como o Tinder estudam implementar categorias mais caras e benefícios adicionais para aumentar a receita, colocando à prova o quanto as pessoas estão dispostas a pagar para encontrar um parceiro.

Desde seu lançamento na última década, os aplicativos de namoro redefiniram os relacionamentos para uma geração, tornando-se um mercado de bilhões de dólares em que os consumidores gastaram mais de US$ 5 bilhões globalmente no ano passado, de acordo com dados da empresa de pesquisa de mercado de aplicativos Data.ai.

O Match Group, empresa de US$ 9,9 bilhões que possui 45 marcas de apps de namoro, incluindo o Tinder e o Hinge, aumentou os preços e introduziu novos níveis de assinatura em suas maiores plataformas em 2023.

A empresa espera que cobrar mais dos usuários possa ajudá-la a reverter a desaceleração no crescimento da receita e impulsionar o preço de suas ações em declínio.

Em setembro, o grupo introduziu uma assinatura Select controversa de US$ 499 por mês no Tinder, disponível para apenas 1% dos usuários do aplicativo.

Prometia “acesso incomparável ao melhor do Tinder” para os perfis mais “procurados”. O Tinder, que ainda domina o mercado de namoro online, também aumentou os preços de suas outras categorias de assinatura nos EUA, oferecendo benefícios como likes ilimitados e a capacidade de enviar mensagens antes de dar match.

A mudança ocorre enquanto o Match enfrenta uma desaceleração no crescimento das vendas e uma queda no número de usuários pagantes.

A empresa revisou para baixo suas expectativas de receita do quarto trimestre de US$ 890 milhões para entre US$ 855 milhões e US$ 865 milhões em novembro.

Suas ações permanecem cerca de 63% abaixo do preço de listagem em 2020, após uma queda acentuada das ações de tecnologia no ano passado.

Os aplicativos de namoro em grande parte evitaram veicular anúncios em favor de modelos “freemium”, nos quais os usuários podem se inscrever gratuitamente para utilizar serviços básicos, mas devem pagar por níveis e recursos extras.

Aplicativos dependem disso para ganhar dinheiro, uma estratégia que se tornou cada vez mais vital à medida que a concorrência se intensificou e ficou mais difícil de atrair novos usuários.

Lauren Schenk, analista de ações do Morgan Stanley, estimou em abril que “um aumento no impulso em direção à monetização impulsionaria cerca de 70% do crescimento da receita [no mercado de aplicativos de namoro] de 2022 a 2030, em comparação com 60% de 2014 a 2022”.

O diretor executivo do Hinge, Justin McLeod, disse ao Financial Times que o nível atual de adesão às novas assinaturas do aplicativo está “em linha com o que esperamos” e que, embora o grupo esteja “bastante satisfeito com o lançamento”, a plataforma planeja explorar outras formas de monetização.

Aplicativos focados em usuários mais jovens, como o Bumble, também estão buscando monetizar sua base de usuários para aumentar a receita. A empresa também está sob pressão depois que a diretora executiva Whitney Wolfe Herd anunciou em novembro que estava saindo. Nos últimos cinco anos, suas ações caíram mais de 80%.

Porém, com uma crise de custo de vida afetando os encontros de millennials, a ideia de pagar por relacionamento está afastando alguns.

Uma recém-formada em mestrado que mora em Londres de 22 anos disse: “Eu não pagaria [por um aplicativo de namoro] até perder completamente e totalmente a fé em conhecer alguém da maneira tradicional”.


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