Decisão do STF gera polêmica ao restringir comunicação entre advogados de investigados na Operação Tempus Veritatis, afirma presidente da OAB



Decisão de Alexandre de Moraes no STF gera polêmica entre advogados e OAB

Desde que o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tomou a decisão de proibir a comunicação entre investigados na Operação Tempus Veritatis “inclusive através de advogados”, a polêmica se instalou entre os representantes da classe advocatícia, gerando questionamentos e pedidos de esclarecimento.

O presidente da OAB, Beto Simonetti, manifestou-se aguardando um posicionamento do Ministro sobre a decisão, afirmando que as defesas não podem ser confundidas com seus clientes. A medida, que restringiu a comunicação entre advogados, desagradou a OAB, que pede a revisão da decisão por considerar que viola as prerrogativas da advocacia.

A Operação Tempus Veritatis, deflagrada no dia 8 de janeiro, investiga uma possível tentativa de golpe de Estado por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados para se manter no poder após a derrota nas eleições para Lula.

O presidente da OAB revelou que dois trechos da decisão de Moraes chamaram a atenção da entidade. O primeiro foi a restrição imposta às comunicações dos advogados dos investigados, que segundo Simonetti, está em desacordo com a legislação e com as prerrogativas da advocacia. O segundo ponto de surpresa foi a menção à OAB feita por Bolsonaro em uma reunião, cujas falas foram reproduzidas na decisão de Moraes.

No entanto, segundo Simonetti, a OAB reiterou a Moraes “a confiança da OAB no sistema eleitoral e nas urnas eletrônicas”, refutando as afirmações de Bolsonaro sobre a suposta participação da entidade em um documento que contestava a lisura das eleições.

Além disso, a decisão de Moraes também gerou discussões entre os próprios advogados. Enquanto alguns interpretaram que não há veto para a comunicação de advogados, outros, como a seccional de São Paulo da OAB, consideraram a medida uma “proibição de comunicação entre advogados imposta por ministro do STF”.

Em meio a toda a polêmica, o presidente da OAB afirmou que a entidade sempre está atenta para zelar pelas prerrogativas dos colegas que defendem investigados, e que a expectativa atual é que Moraes altere o trecho específico da decisão que impôs o limite às comunicações entre advogados na operação, afirmando que a OAB tem obrigação de defender tais prerrogativas, independentemente do cliente defendido pelos advogados.


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