Possíveis abusos da Polícia Militar em São Paulo
A Ouvidoria da Polícia de São Paulo enviou 27 ofícios à Secretaria da Segurança Pública relatando possíveis abusos durante ações da Polícia Militar na Baixada Santista entre os meses de janeiro e março. Essa informação foi divulgada pela imprensa na última sexta-feira (8).
No total, 39 pessoas morreram em supostos confrontos com policiais militares entre os dias 3 de fevereiro e 1º de março. Na última semana de janeiro, sete pessoas foram mortas em Guarujá, Cubatão, Praia Grande e São Vicente em circunstâncias semelhantes. O aumento alarmante de homicídios levou entidades de direitos humanos a procurarem a ONU e gerou críticas ao governador Tarcísio de Freitas, que afirmou não se importar com as reclamações.
Envolveu-se em polêmica o secretário da pasta, Guilherme Derrite, que durante uma audiência na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) na quarta-feira (6), afirmou não ter tido acesso a queixas formais de abusos por parte das forças policiais.
Contrariando essa declaração, a Ouvidoria revelou ter encaminhado 44 ofícios para diversas autoridades e órgãos, solicitando imagens, laudos, boletins de ocorrência e elementos periciais, sem receber resposta até o momento.
Segundo a Ouvidoria, criada em 1995 para receber e encaminhar denúncias de abusos, essa não é a primeira vez que a administração Tarcísio de Freitas não responde às demandas. Com mais de 3.500 casos sem resposta, a situação preocupa.
Por sua vez, a Secretaria da Segurança Pública afirmou responder a todos os questionamentos dos órgãos de controle e que as circunstâncias relativas aos casos de Mortes Decorrentes de Intervenção Policial estão sendo investigadas pelas polícias Civil e Militar, Ministério Público e Poder Judiciário.
O Governo de São Paulo, por meio da gestão Tarcísio, garante que as forças de segurança do Estado operam dentro da legalidade, seguindo protocolos rigorosos e investigando e punindo práticas abusivas.