Ex-presidente de Honduras declarado culpado por narcotráfico e tráfico de armas em julgamento histórico nos EUA, podendo enfrentar prisão perpétua.




Ex-presidente de Honduras é declarado culpado por narcotráfico em julgamento histórico

Ex-presidente de Honduras é declarado culpado por narcotráfico em julgamento histórico

No último dia 8, o ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, foi declarado culpado por narcotráfico e tráfico de armas por um júri de um tribunal federal de Nova York. O veredicto unânime foi resultado de um julgamento histórico que pode resultar em Hernández passar o restante de sua vida na prisão.

Após um dia e meio de deliberações, as 12 pessoas que compunham o júri anunciaram suas decisões nas três acusações de que Hernández era alvo: conspiração para enviar cocaína aos Estados Unidos e tráfico e posse de armas. A sentença está marcada para o dia 26 de junho.

Emocionado, o ex-presidente afirmou sua inocência ao deixar a sala de audiência, dirigindo-se aos familiares presentes e aos generais que testemunharam a seu favor. Seu advogado, Raymond Colon, informou que recorrerá da decisão.

Entretanto, em Tegucigalpa, a capital de Honduras, a esposa de Hernández, Ana García, classificou o julgamento como injusto e garantiu que ele continuará lutando para provar sua inocência.

O governo de Honduras, agora liderado por Xiomara Castro, defendeu em comunicado a importância de combater a organização criminosa que ainda atua no país e assegurou que os cúmplices devem ser responsabilizados por seus crimes.

De acordo com a Promotoria, durante seu mandato (2014-2022), Hernández criou um “narcoestado” em Honduras e facilitou a passagem de grandes quantidades de drogas para os Estados Unidos. A promotoria apontou que ele recebia milhões de dólares dos cartéis em troca de proteção.

Ao comentar o veredicto, o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, afirmou que o Departamento de Justiça está comprometido em desmantelar as redes de tráfico de drogas, não importando quão longe precisem ir.

O ex-presidente, conhecido como JOH, se junta a uma lista de condenados por crimes semelhantes, incluindo seu irmão Tony Hernández. Sua extradição para os Estados Unidos ocorreu em abril de 2022, após ele passar o poder a Xiomara Castro.

A decisão foi celebrada por ativistas de direitos humanos e pela população de Honduras, que aguardavam ansiosamente o desfecho do julgamento. Espera-se que Hernández receba uma pena rigorosa e que pague pelos danos causados ao país.

O ex-presidente, que fora elogiado por seu combate ao tráfico de drogas, agora enfrenta as consequências de suas ações. O julgamento ressaltou os laços estreitos entre a política e o narcotráfico em Honduras.


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