MST protesta por falta de cumprimento de acordo de assentamento de famílias em área da Codevasf em Juazeiro (BA)




Reportagem sobre invasão do MST em Juazeiro

Invasão do MST em Juazeiro gera protesto pela falta de cumprimento de acordo

No último domingo (10), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizou uma invasão em uma área da Codevasf em Juazeiro, Bahia, como forma de protesto pela alegada falta de cumprimento de um acordo para o assentamento de mil famílias no estado.

Segundo informações do movimento, cerca de 300 famílias do acampamento Terra Nossa participaram da mobilização. Além disso, os manifestantes reclamaram da falta de acesso à água por parte da estatal. Até o momento, a Codevasf não emitiu nenhum comunicado sobre o ocorrido.

O MST vem demonstrando insatisfação ao longo do governo Lula devido à demora no avanço das políticas de reforma agrária. Na última quarta-feira (6), o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), ligado ao movimento, expressou preocupação com o retorno das ocupações durante um discurso.

“O orçamento do Incra é o menor de todos os governos do PT, o que é motivo de preocupação. Nos assentamentos falta água, estradas não são construídas e a desapropriação não ocorre”, afirmou o deputado.

O protesto deste domingo teve como objetivo cobrar o cumprimento de um acordo firmado em 2008 entre o MST, Codevasf e Incra para o assentamento em 13 mil hectares adquiridos pela estatal. Segundo o movimento, apenas 192 famílias foram assentadas em 16 anos, em uma área de pouco mais de 5.500 hectares regularizados.

O MST acusa a Codevasf de dificultar o acesso à água de um projeto de irrigação localizado a 800 metros do acampamento Terra Nossa. Para o movimento, a privatização da água pela Codevasf beneficia grandes empresas, excluindo a agricultura familiar e os pequenos produtores.

A situação relatada pelo MST em Juazeiro reflete um problema maior de desigualdade no acesso à água no semiárido brasileiro. De acordo com a série “Política da Seca” da Folha, emendas parlamentares e o direcionamento de recursos para regiões específicas têm agravado a situação, deixando muitos moradores sem acesso adequado à água.


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