Nelson Ned: a vida marcada pela música, drogas e redenção em biografia lançada na Flip.




Nelson Ned: A vida de um ícone da música romântica brasileira

Nelson Ned: A vida de um ícone da música romântica brasileira

Um dos ícones da música romântica brasileira, Nelson Ned, enfrentou uma série de desafios ao longo de sua vida, desde a luta contra dores físicas até o vício em drogas e a busca pela redenção espiritual.

Segundo sua filha Monalisa Ned, as dores nas costas e no quadril no início dos anos 1970 o levaram a buscar alívio por meio de morfina e anti-inflamatórios, culminando no desenvolvimento de um vício em cocaína.

Esse caminho o levou a uma vida instável, marcada por oscilações de comportamento que o levavam da doçura à violência, impactando sua relação com a família e os entes queridos.

Em um recente debate na Casa Folha durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), suas filhas Monalisa e Veca, juntamente com o jornalista André Barcinski, autor da biografia “Tudo Passará — A Vida de Nelson Ned, o Pequeno Gigante da Canção”, da Companhia das Letras, discutiram sobre a vida e legado do cantor.

Veca compartilhou que em determinado momento, seu pai teve que escolher entre “o manicômio, a prisão ou o caixão”, destacando a intensidade das lutas enfrentadas pelo cantor.

Nelson Ned decidiu abandonar sua vida desregrada nos anos 1990 e se converteu ao evangelismo, um momento que sua filha afirma ser um divisor de águas em sua história, tornando-se um crente até sua morte em 2014, aos 66 anos. Seu primogênito, Nelson Ned Jr., vive no México.

Bem-sucedido em sua carreira, Nelson Ned foi o primeiro latino a vender 1 milhão de álbuns nos EUA e manteve-se como um dos maiores vendedores de discos da história do Brasil. Ele acumulou sucessos nas décadas de 1970 e 1980, tornando-se ainda mais popular em países como México e Colômbia, onde fez amizade com figuras influentes como o escritor Gabriel García Márquez e o fundador do Cartel de Medellín, Pablo Escobar.

Barcinski compartilhou uma história curiosa sobre a popularidade de Nelson Ned, relatando que em 1971, ao chegar em Angola, as pessoas ficaram surpresas ao descobrir que ele tinha nanismo, mas mesmo assim, recebeu uma calorosa recepção.

Além de seu legado musical, Nelson Ned se preocupava em preparar seus três filhos, todos com nanismo, para enfrentar o preconceito, afirmou Monalisa, destacando que essa singularidade nunca foi motivo de sofrimento para a família.

Assim como outros artistas, como Odair José, que passaram por redescobertas em suas carreiras, Nelson Ned vem sendo aos poucos redescoberto no Brasil. Suas músicas, consideradas extremamente autobiográficas, continuam a ressoar com o público, mantendo seu legado vivo por muitos anos.

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