Nas redes sociais, Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, fez duras críticas à proposta de acabar com a reeleição de presidentes. Ela classificou a iniciativa como “oportunista” e “retrocesso”, alegando que tal medida “reduz os poderes do presidente” e beneficia a “maioria conservadora”.
Mesmo que seja para valer só a partir de 2030, a proposta para acabar com a reeleição de presidentes é oportunista e representa um retrocesso na representação democrática da maioria da população. Qdo os tucanos criaram a regra da reeleição, em benefício próprio, as tais elites…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 17, 2023
Gleisi argumenta que a reeleição foi aprovada por emenda constitucional em 1997, com apoio do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que queria permanecer no cargo. No entanto, ela ressalta que, à época, as elites apoiaram a medida, mas quando o PT passou a governar e vencer a disputa presidencial por quatro vezes seguidas (com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff), deixou de ser interessante para elas.
A proposta em questão foi apresentada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), da base do governo, e conta com o apoio do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que já indicou que deverá colocá-la na pauta em 2024. Durante uma entrevista durante sua viagem a Dubai, Pacheco afirmou que este tema é “muito apropriado para o início do ano que vem”.
Este debate não é novo. O tempo de mandato do presidente e a possibilidade de reeleição foram dois dos temas mais controversos durante a Assembleia Constituinte, em 1988. Na época, venceu a proposta do mandato de quatro anos, sem a possibilidade de reeleição, mas esta determinação foi alterada posteriormente.
