Terras indígenas invadidas por garimpo durante governo Lula entram em novo plano de desintrusões prioritárias






Texto do Jornalista

Terras indígenas onde o garimpo cercou aldeias, e para as quais não houve a execução de planos de retirada de invasores durante o primeiro ano do governo Lula (PT), foram incluídas numa lista de dez territórios prioritários e um novo plano operacional de desintrusões —de expulsão de não indígenas— será apresentado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

É o que afirmou o MPI (Ministério dos Povos Indígenas) em nota enviada à Folha, em resposta a questionamentos da reportagem sobre a ausência de ações de desintrusão nos territórios. O novo plano está previsto para esta terça-feira (9), prazo final para a entrega do documento, de acordo com decisão do STF.

Na série de reportagens “Cerco às aldeias”, publicada ao longo de 2023, a Folha mostrou o cerco do garimpo ilegal de ouro a comunidades centrais das Terras Indígenas Kayapó e Munduruku, no Pará, e Sararé, em Mato Grosso.

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O terceiro capítulo da série foi veiculado em dezembro e mostrou que o garimpo ilegal não cerca apenas aldeias de um pequeno território dos nambikwaras em Mato Grosso, mas também o posto de vigilância da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), reaberto na Terra Indígena Sararé dois anos atrás.

A terra Sararé foi o segundo território com mais alertas de garimpo em 2023. Cerca de 2 mil invasores atuam todos os dias em garimpos que são verdadeiras invasões, com restaurantes, prostíbulos, barracos e acampamentos.

Ali, a exploração ilegal do minério conta com modalidades de devastação não vistas em outros territórios invadidos. Além de escavadeiras hidráulicas e dragas, garimpeiros usam explosivos para abertura de túneis na Serra da Borda e moinhos a motor para garimpagem em blocos de pedras desprendidos na serra. A aldeia Serra da Borda é uma das que estão cercadas por invasores.


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