O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, apoia a ação que busca conceder à União poder de voto na Eletrobras.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou hoje (16) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer favorável à ação que contesta a constitucionalidade de dispositivos da Lei 14.182/2021, que autorizou a privatização da Eletrobras. Em maio deste ano, a Advocacia-Geral da União (AGU) já havia contestado no STF o trecho da norma que trata da redução da participação da União nas votações do conselho da empresa. De acordo com a AGU, a lei proibiu que acionistas exerçam poder de voto maior que 10% da quantidade de ações.

A AGU deixou claro na petição que o objetivo da ação não é reestatizar a Eletrobras, mas sim resguardar o interesse público e os direitos de propriedade da União. Em sua análise do caso, o procurador-geral Augusto Aras entendeu que a União, que era acionista majoritária antes da privatização, foi prejudicada pela limitação no poder de voto nas assembleias da companhia. A União detém cerca de 43% das ações ordinárias da empresa.

Ao afirmar que o patrimônio da União foi depreciado sem ressarcimento financeiro, o procurador-geral opinou que o pedido formulado na ação direta de inconstitucionalidade procede, com o intuito de restabelecer a integridade do patrimônio público e garantir que a União recupere o poder de voto na Eletrobras na proporção de suas ações ordinárias.

Além disso, Aras sugeriu no documento uma tentativa de conciliação entre a Eletrobras e o governo federal antes do julgamento do caso, que ainda não tem data marcada. O ministro Nunes Marques é o relator da ação.

Vale lembrar que a privatização da Eletrobras foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2021. A empresa é responsável por um terço da capacidade geradora de energia elétrica instalada no país, além de possuir quase metade do total de linhas de transmissão.

É importante ressaltar que o parecer de Augusto Aras demonstra uma preocupação com o patrimônio público e os interesses da União, buscando assegurar que a privatização da Eletrobras seja feita de acordo com as leis e que eventuais prejuízos sejam devidamente compensados. Resta agora aguardar o desenrolar do caso e a decisão do STF.

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