Vereadora viúva de Marielle Franco denuncia ameaça de estupro em ataques contra sua integridade.

Nesta terça-feira (22), a vereadora Monica Benicio, do Psol, e viúva da vereadora Marielle Franco, compareceu à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) no Rio de Janeiro para registrar uma queixa-crime por ameaça de estupro corretivo que recebeu pela internet. A mensagem foi enviada para o e-mail que a vereadora utiliza para seus trabalhos parlamentares e foi assinada por uma pessoa que se identificou como Astolfo Bozzônio Rodrigues.

Na queixa-crime, Monica Benicio explica que não sabe se essa é uma identidade real, mas ressalta que há uma conta vinculada a esse nome na rede social X (antigo Twitter), com publicações homofóbicas. A mensagem, que foi anexada à queixa-crime, contém comentários lesbofóbicos e uma ameaça de estupro corretivo.

O estupro corretivo é uma realidade triste para mulheres lésbicas, que vivem em uma sociedade que perpetua a ideia de que o corpo da mulher deve ser posse de um homem. Quando uma mulher se afasta dessa norma, é considerada uma aberração e o estupro corretivo seria uma forma de “persuadi-la” a deixar de ser lésbica. Monica Benicio lamenta essa violência, ressaltando que o estupro corretivo é uma prática criminosa.

A vereadora enfatiza que ser lésbica não é uma doença e que é importante combater o estupro corretivo e a lesbofobia. Ela relata que vem recebendo ameaças desde 2018, quando começou a cobrar justiça pela morte de Marielle, mas essa é a primeira vez que recebe uma ameaça de estupro corretivo. O autor da mensagem até mencionou saber onde ela mora, mesmo sem revelar o endereço. Monica Benicio acredita que esse ataque está relacionado ao mês da visibilidade lésbica.

A vereadora adota medidas de segurança em seu dia a dia e faz parte do programa de proteção de defensores dos direitos humanos. Ela também recebeu uma medida cautelar de proteção pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A delegada titular da Decradi informou que vai buscar o endereço IP do computador utilizado para enviar a mensagem, com o objetivo de identificar o autor. A Polícia Civil está realizando diligências para apurar os fatos.

Monica Benicio ressalta que continuará lutando pelos direitos das mulheres lésbicas, mesmo diante das intimidações. O advogado da vereadora afirma que estão sendo investigados crimes como racismo, ameaça, intolerância e violência política de gênero.

É necessário combater esses ataques de ódio e garantir a segurança e o respeito a todas as pessoas, independente de orientação sexual. A violência não pode prevalecer e é preciso que a justiça seja feita.

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