Em resposta às críticas, Maia decidiu colocar em votação a convocação de Sandro Augusto Sales Queiroz, comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional. O requerimento, no entanto, foi derrotado por 14 votos contra 10. A convocação de Queiroz era uma demanda da oposição, que argumenta que o Ministério da Justiça se omitiu durante os atentados ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro.
Duarte Junior, deputado do PSB-MA, questionou a convocação de Queiroz, alegando que há evidências de que ele não estava de plantão na data dos atentados e que sua convocação seria apenas por ter relações com políticos bolsonaristas.
Arthur Maia respondeu dizendo que está sendo provocado pela base governista e que estava colocando o requerimento em votação para defender seu nome e a CPMI. Ele afirmou que a decisão visava proteger o direito da minoria, já que não poderia apenas votar depoimentos de interesse da maioria.
A decisão de Maia foi comemorada pela oposição, que considerou o momento “eloquente” para a CPMI. Esperidião Amim, senador do PP-SC, afirmou que a não convocação de Queiroz era uma vergonha, considerando que havia um contingente da Força Nacional presente no Ministério da Justiça e Segurança Pública durante os atentados.
Em relação ao motivo da desmarcação do depoimento de Braga Netto, deputado Rogério Correia (PT-MG) questionou o presidente da CPMI, alegando que há indícios de sua participação nos atos golpistas. Em vez de Netto, Maia marcou a oitiva do subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal, Beroaldo José de Freitas Júnior, que foi promovido por atos de bravura ao tentar impedir a invasão das sedes dos Três Poderes. Maia justificou a mudança dizendo que o tempo da CPMI é curto e que o depoimento de Netto seria uma conveniência política de Correia.
Para finalizar a CPMI, Maia marcou uma reunião com a comissão nesta quarta-feira (4) na tentativa de chegar a um acordo. O relatório final está previsto para ser apresentado no dia 17 de outubro. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), defendeu o depoimento de Braga Netto e dos comandantes das Forças Armadas do governo anterior. No entanto, mesmo que esses depoimentos não ocorram, ela garantiu que há elementos suficientes para concluir o relatório da CPMI.