Segundo a infectologista do HSJ, Fernanda Remígio, as meningites virais são geralmente mais leves e autolimitadas, podendo ser curadas com suporte sintomático. Já as meningites bacterianas são agudas e, se não tratadas a tempo, podem deixar graves sequelas ou levar à morte. Entre as mais comuns estão aquelas causadas por pneumococo e meningococo – ambas preveníveis por vacinas.
O Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza gratuitamente cinco vacinas contra meningite: BCG, Pentavalente, Meningocócica C, Pneumocócica 10v e Meningocócica ACWY. A última é indicada para adolescentes de 11 a 14 anos de idade, conforme orientado pelo Ministério da Saúde.
No estado do Ceará, observou-se uma queda nas coberturas vacinais contra meningite a partir de 2019, o que pode estar relacionado ao aumento de casos da doença. Embora o estado apresente coberturas vacinais superiores a 80% em 2023, a coordenadora de Imunização da Sesa, Ana Karine Borges, destaca que esse resultado ainda não é satisfatório, uma vez que a meta preconizada é de 95%.
De acordo com Fernanda Remígio, a meningite por pneumococo é muito frequente, pois é causada por uma bactéria presente nas vias respiratórias. Já a meningite por meningococo é a mais comum e é transmitida por gotículas expelidas ao falar ou respirar. Os principais sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça intensa, vômitos e rigidez na nuca.
A prevenção das meningites pode ser feita por meio da vacinação, sendo a mais transmissível, a meningite por meningococo, evitada por meio da vacina. No sábado (7), será realizado o “Dia D” da Campanha da Multivacinação no Ceará, para que crianças e adolescentes menores de 15 anos atualizem seu esquema vacinal.
Além da vacinação, o diagnóstico precoce é outra forma de prevenção. O tratamento é feito com antibióticos por via venosa e pode durar de sete a catorze dias para as meningites bacterianas. É importante ressaltar que todas as formas de meningite têm cura, exceto quando são diagnosticadas muito tarde.
Portanto, a vacinação e o diagnóstico precoce são ferramentas fundamentais na prevenção da meningite, garantindo a saúde e o bem-estar da população. É necessário que pais e responsáveis procurem uma unidade de saúde para avaliar e atualizar a situação vacinal das crianças e adolescentes, a fim de evitar surtos e complicações decorrentes da doença.