Aumento alarmante de queimadas no Ceará preocupa autoridades de saúde e meio ambiente e gera alerta para prevenção e cuidados necessários.

A preocupação com as queimadas no Ceará tem aumentado nos últimos anos, especialmente devido às mudanças climáticas e ao período de estiagem. Os incêndios florestais são uma ameaça à saúde das pessoas e ao meio ambiente, gerando uma fumaça tóxica que pode causar diversos problemas respiratórios. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, nos últimos dois meses foram registradas 1.296 ocorrências de incêndios florestais, e ao longo do ano de 2023, houve um aumento de 147% no número de focos de queimadas em comparação com o ano anterior. Segundo a pneumologista Isaura Espínola, a fumaça resultante desses incêndios contém partículas minúsculas que podem causar irritação na garganta, tosse persistente, dores de cabeça, náuseas e até mesmo levar ao coma e à morte em casos mais graves.

Além dos problemas imediatos causados pela inalação da fumaça tóxica, a exposição crônica ao material particulado presente na fumaça pode desencadear câncer de pulmão, leucemia e outras doenças respiratórias. Por isso, a orientação da pneumologista é evitar a exposição à fumaça, utilizar máscaras de proteção, manter a hidratação e combater a prática de queimadas, que traz prejuízos à saúde e ao meio ambiente.

Diante desse cenário preocupante, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) tem atuado em parceria com diversas entidades para orientar profissionais de saúde sobre os riscos associados às queimadas e incêndios florestais. Um grupo de trabalho foi formado em 2022, e uma nota técnica foi elaborada, voltada para profissionais de saúde, com orientações sobre queimadas e incêndios florestais. Essa nota destaca a importância da notificação de doenças e agravos relacionados ao trabalho decorrentes das queimadas, ando em conta os acidentes de trabalho, intoxicações e problemas de pele.

Para combater as queimadas, a Sesa está promovendo oficinas regionalizadas para a implantação do Programa Vigidesastres – Vigilância em Saúde dos Riscos Associados aos Desastres. Além disso, está previsto um webinário para sensibilizar sobre as notificações de queimadas nas interfaces de Vigilância em Saúde Ambiental e em Saúde do Trabalhador.

A Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) ressalta que as características climáticas do Ceará, como a diminuição das chuvas e o aumento dos ventos, favorecem os incêndios florestais, especialmente entre setembro e dezembro. Carollyne Matos, coordenadora do Programa Previna, destaca que a falta de conhecimento da população sobre os impactos das práticas como queima de lixo, descuido com fogueiras e técnicas inadequadas de produção rural, contribuem para o aumento do número de queimadas.

Diante desse cenário, a orientação do Corpo de Bombeiros é a prevenção, com medidas simples, como jogar água ou terra no local após finalizar uma fogueira, manter fósforos, velas e isqueiros fora do alcance de crianças e capinar a área ao redor antes de acender fogueiras. Com a conscientização da população e a atuação conjunta das entidades, é possível reduzir os impactos das queimadas e preservar a saúde das pessoas e do meio ambiente.

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