A matéria elaborada pela jornalista denunciou as condutas do promotor e do juiz durante o julgamento do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar Mariana Ferrer em um clube em Florianópolis. A reportagem foi baseada em vídeos gravados da audiência de instrução que mostraram que Mariana Ferrer foi humilhada e constrangida pelo advogado de defesa do acusado, Cláudio Gastão da Rosa Filho.
Essa semana, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu punir o juiz Rudson Marcos com advertência, por ter sido omisso durante a audiência. Na análise dos conselheiros do CNJ, o advogado do empresário humilhou e desrespeitou a influenciadora várias vezes sem que o juiz ou o promotor de Justiça Thiago Carriço de Oliveira interviessem.
A jornalista Schirlei Alves teve a oportunidade de se manifestar sobre a sentença, mas optou por não se pronunciar. Nas redes sociais, Schirlei agradeceu as mensagens de apoio e solidariedade, afirmando que foi condenada a prisão em regime aberto e a pagar uma indenização de R$ 400 mil por fazer jornalismo honesto. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina (SJSC) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiaram a decisão, considerando-a injusta e um grave atentado à liberdade de imprensa.
A Associação Catarinense de Imprensa divulgou nota de repúdio se solidarizando com a repórter e colocou sua estrutura e rede de apoio para buscar reverter a decisão judicial. O Partido dos Trabalhadores (PT) de Santa Catarina também expressou solidariedade a Schirlei Alves, chamando a pena de desproporcional e típica de tempos estranhos. O partido afirmou que não aceitará a arbitrariedade e que não permitirá que Santa Catarina ganhe a triste imagem de um estado de exceção que cala jornalistas.
